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Combatendo a situação do emprego em Macau

Leong Sun IokLeong Sun Iok

Macau ainda não recuperou do surto de 18 de junho. Os últimos dados revelam que a taxa de desemprego entre residentes locais atingiu os 4,5 por cento – número mais alto de que há registo. Recentemente, foram recebidos vários testemunhos de trabalhadores de pequenas e médias empresas despedidos devido a dificuldades sofridas pelos empregadores, bem como funcionários da indústria do jogo. Vários recém-formados afirmam que estão no desemprego há muito tempo, revelando a situação alarmante que se vive em Macau.

Perante um ambiente laboral em declínio, os residentes enfrentam cada vez mais dificuldades na procura de trabalho. Muitos residentes reconhecem as vagas promovidas pela Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), contudo, após o processo de candidatura e entrevista, a maioria não recebe resposta. Muitas destas posições são de remuneração baixa e dificilmente servem para sustentar uma família. Confrontados com este fardo, alguns são obrigados a abandonar Macau para sobreviver.

Há pouco tempo, a Polícia Judiciária de Macau anunciou ter recebido vários pedidos de ajuda de pessoas aliciadas a trabalhar no Sudeste Asiático. O desemprego afeta não só indivíduos e famílias, como também pode dar origem a vários problemas sociais, como diz o antigo secretário para a Segurança. Caso a taxa de desemprego continue a subir, conflitos entre a comunidade serão inevitáveis. A instabilidade e influência sobre a lei e ordem na cidade obrigarão a um alto nível de vigília, tanto pelo Governo como pela comunidade.

Com o contexto adverso de emprego, o Governo deve formular medidas de auxílio específicas para o problema, como a implementação legal da prioridade de emprego para residentes locais, criação de empregos e auxílio contínuo para a população desempregada, incluindo oportunidades de emprego em grandes corporações, vagas em cargos da função publica, serviços públicos e indústria do jogo.

Segundo a informação partilhada pela DSAL, no final do ano passado existiam 2.032 e 490 trabalhadores não residentes empregados pelas seis grandes empresas de jogo como cozinheiros e funcionários de manutenção, respetivamente. Apesar do número de expatriados ter diminuído, o número total continua elevado. Estas posições devem ser primeiramente oferecidas a locais e deve ser retomado o “Plano de Formação Subsidiada”, permitindo a reentrada no mercado de emprego através de formação.

Entretanto, espera-se que seja oferecido auxílio universal o mais cedo possível para dar resposta às necessidades urgentes dos residentes. Poderá ser ainda estendido o Plano de abonos provisórios para o incentivo à contratação de residentes desempregados.

Depois dos recentes despedimentos de trabalhadores na indústria do jogo, caso voltem a existir dispensas antes do novo concurso de concessões de jogo, será inevitável uma nova onda de despedimentos em massa depois da licitação. As autoridades devem por isso seguir a situação com atenção e explorar formas de promover a responsabilidade social destas empresas através dos seus novos contratos, garantindo a subsistência dos funcionários.

*Deputado da Assembleia Legislativa de Macau/Federação das Associações dos Operários de Macau

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