![Guilherme Rego](https://plataformamedia.sgp1.digitaloceanspaces.com/2021/11/Guilherme-Rego-1-e1637296497654-edited.jpg)
A cidade costeira de Xiamen protagonizou um momento caricato na semana passada. Imagens de peixes a serem testados à Covid-19 chocaram o mundo, dividindo ainda mais os povos na questão do vírus. Importante salientar que na China nada disto é novo: em março deu-se em Xangai e há pouco tempo na província de Hainan. Este é o argumento utilizado pelas autoridades locais para continuar esta análise à vida marítima, pois em Hainan suspeita-se que o surto possa ter iniciado aí.
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Não é só a animais, é também a fruta e vegetais. Já em Macau, há uns meses, toneladas de manga foram impedidas de entrar no mercado por terem testado positivo à Covid-19. O produto vinha de Taiwan, que criticou a falta de bases científicas para essa sanção. A Organização Mundial de Saúde também já afirmou não haver quaisquer provas de que a vida marítima possa ser portadora do vírus e, como tal, exclui a hipótese.
Mas suponhamos que sim, que existe base científica para o que vemos na China e que todos os produtos alimentares são potenciais transmissores.
Isso só torna a transição para a abertura ainda mais difícil. Produtos importados nunca trarão essa segurança, pois já ninguém no mundo acarinha tamanha precaução com o vírus, e em solo chinês há coisas que nunca serão possíveis de travar.
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A política chinesa diverge em muito da recuperação em marcha no resto do mundo. E a sua insistência em perpetuar a intolerância ao vírus, sob pretexto nobre de saúde pública, irá consolidar o isolamento da China.
Sem fim à vista, questiona-se qual o real objetivo, pois todo o aparato só faria sentido caso o resto do mundo cooperasse com os esforços, mas essa já não é a realidade há muito tempo.
*Diretor-Executivo do PLATAFORMA