Polícia ferido em confrontos junto ao consulado angolano em Lisboa

por Mei Mei Wong

Várias viaturas foram danificadas durante os confrontos entre polícias e manifestantes, na sequência das eleições angolanas.

O Comando Metropolitano de Lisboa da PSP relata, em comunicado, que esteve ao longo do dia de quarta-feira a acompanhar o exterior do consulado de Angola, em Alcântara, onde decorria a votação para as eleições gerais de Angola.

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“Ao fim do dia, e após o encerramento das urnas, por se manter um elevado número de pessoas no exterior, o dispositivo da PSP foi reforçado e manteve-se até à saída do edifício dos funcionários, delegados e demais intervenientes”, acrescenta o comunicado.

Para evitar uma eventual escalada de tensão, “foi decidido que os delegados e funcionários sairiam por uma porta secundária e seriam acompanhados pela Polícia até ao autocarro que os transportaria” para uma unidade hoteleira.

No entanto, segundo relata a PSP, alguns dos manifestantes que entretanto se deslocaram para junto do autocarro “adotaram um comportamento hostil, com arremesso de pedras e diversos objetos”.

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A polícia efetuou então “uma vaga de dispersão com uso da força, para fazer cessar tais comportamentos e garantir a segurança dos delegados, dos polícias e a reposição da ordem pública”, após o que o autocarro seguiu até ao seu destino acompanhado pela PSP.

“Do arremesso dos objetos há a registar um polícia ferido na cabeça, o qual foi transportado ao hospital para tratamento, bem como danos em viaturas que ali se encontravam parqueadas”, adianta ainda a nota da polícia. Em imagens captadas por telemóvel e divulgadas nas redes sociais pode ver-se a polícia a proteger a entrada de várias pessoas num autocarro, enquanto o autor do vídeo grita que “o pessoal do MPLA” está a “fugir no autocarro”.

“Não publicaram as atas em Lisboa e estão a fugir (…) com os nossos votos”, diz ainda o autor do vídeo.

Angola votou na quarta-feira para escolher um novo Presidente da República e novos representantes na Assembleia Nacional, numas eleições gerais realizadas pela primeira vez na diáspora. O processo eleitoral, que contou com cerca de 1.300 observadores nacionais e internacionais, tem sido criticado pela oposição, considerando-o pouco transparente.

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A Comissão Nacional Eleitoral (CNE) angolana anunciou hoje que o MPLA (poder) mantém vantagem, com 52,08% das votações, seguido da UNITA (oposição), com 42,98%, quando estão escrutinados 86,41% dos votos das eleições gerais desta quarta-feira.

Com 77,12% dos votos apurados em Luanda, a União Nacional para a Libertação Total de Angola (UNITA) lidera com 62,93% dos votos e o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) segue em segunda posição com 33,06%, anunciou hoje o porta-voz da CNE, Lucas Quilundo

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