OTAN inicia processo de adesão de Suécia e Finlândia

por Mei Mei Wong

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) abriu nesta terça-feira (5) as portas para dois novos aliados nórdicos, Suécia e Finlândia, mas o sucesso do processo dependerá da Turquia, que aguarda o cumprimento de acordos para retirar seu veto.

Em uma cerimônia reservada, os embaixadores dos países da OTAN iniciaram formalmente o processo de ratificação da adesão de suecos e finlandeses, com a assinatura dos protocolos na sede da aliança, em Bruxelas.

“É um bom dia para Suécia e Finlândia. E um bom dia para a OTAN”, disse o secretário-geral da poderosa aliança militar, Jens Stoltenberg. O norueguês declarou ainda que a assinatura dos protocolos “marca o início do processo de ratificação” dos pedidos de adesão.

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A entrada da Suécia e da Finlândia – dois países que tinham uma política de associação com a aliança – representa um evidente fortalecimento estratégico da OTAN na região do Ártico, em um cenário de agravamento das tensões com a Rússia.  O processo de adesão de suecos e finlandeses, no entanto, está sob uma espessa nuvem de incerteza devido à posição da Turquia, que ameaça exercer seu direito de veto. O chanceler da Finlândia, Pekka Haavisto, agradeceu o “apoio da aliança à adesão” e disse que espera um “rápido processo de ratificação”.

A ministra das Relações Exteriores da Suécia, Ann Linde, declarou que a “assinatura dos protocolos de adesão é um passo importante para nossa integração plena. A próxima fase será o processo de ratificação em cada um dos países aliados”.

Quando Suécia e Finlândia anunciaram a intenção de aderir à OTAN, a Turquia – integrante crucial da aliança militar – anunciou seu veto.

Pressão turca

A Turquia alega que a Suécia oferece refúgio a pessoas que o governo considera “terroristas” e, além disso, os dois países adotam sanções contra Ancara por sua participação militar na Síria.

Durante a reunião de cúpula da OTAN na semana passada em Madri, a Turquia aceitou permitir a assinatura dos protocolos, mas apresentou uma série de exigências aos dois países para retirar o veto de forma definitiva. Depois da assinatura dos protocolos nesta terça-feira, a adesão deve ser ratificada nos Parlamentos de cada um dos 30 países da aliança, de forma unânime. 

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O presidente turco, Recep Teyyip Erdogan, anunciou que, caso Finlândia e Suécia não cumpram o que foi acordado em Madri, seu governo efetivará o veto, o que inviabilizaria todo o processo Erdogan referiu ainda que a Suécia se comprometei a extraditar para a Turquia cidadãos turcos apontados como “terroristas” pelo governo de Ancara. O número de pessoas solicitadas pode chegar a 73.

“Um memorando de entendimento entre Suécia, Finlândia e Turquia foi assinado. E vamos honrar o entendimento”, disse a chanceler Linde, antes de acrescentar que eventuais extradições devem seguir o caminho legal de seu país.

Pouco depois da cerimônia, a primeira-ministra da Estônia, Kaja Kallas, anunciou no Twitter que pediu ao Parlamento de seu país para votar a ratificação da adesão nesta quarta-feira.

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