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Um Oceano de decisões que têm de ser céleres

Os Oceanos há muito que andam a ser debatidos e há cinco anos realizou-se nos Estados Unidos a primeira Conferência sobre os mesmos. Esta semana foi a fez da segunda edição decorrer em Lisboa, coorganizada pelo governos de Portugal e do Quénia. Um tema sempre importante, embora o timming escolhido tenha sido bastante debatido.

Tudo porque ao mesmo tempo decorriam também reuniões do G7, uma cimeira da NATO e ainda o Fórum do Banco Central Europeu. A ideia geral, contudo, é que a Conferência foi produtiva, mas mais uma vez, todos são unânimes em referir que é fundamental passar da teoria à prática.

“É curioso que em duas delas [G7 e NATO] o debate é sobre a guerra. Aqui é sobre a paz, porque sentimos que estamos a fazer paz com a natureza e, ao mesmo tempo, a fazer a paz entre as pessoas”, começou por declarar Marcelo Rebelo de Sousa, presidente de Portugal, durante a abertura da Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos, numa alusão às datas coincidentes de tantas e importantes reuniões, salientando depois a urgência de medidas.

“Além de haver o alarme, além de haver a crítica, além do reconhecimento de que não se andou tão depressa quanto se devia, a ideia de que há já quem esteja a dar passos importantes para não ser só conversa, conversa, conversa, sem ação é muito importante. Além de haver o alarme, além de haver a crítica, além do reconhecimento de que não se andou tão depressa quanto se devia, a ideia de que há já quem esteja a dar passos importantes para não ser só conversa, conversa, conversa, sem ação. Contudo, é óbvio que as medidas têm de ser ainda mais céleres”, confidenciou o Presidente de um dos países coorganizadores.

Outro dos oradores e Secretário-Geral das Nações Unidas, o também português António Guterres, afinou um pouco pelo diapasão do seu compatriota Marcelo Rebelo de Sousa, exigindo um esforço por parte de todos.

“Que todos pressionem os seus governos, os municípios, as empresas em que trabalham, as comunidades e as sociedades para dizer que resgatar os oceanos é essencial. Temos de acordar as pessoas, pressionar os decisores para garantir que somos capazes de resgatar os oceanos”, salientou.

Já o presidente queniano, Uhuru Kenyatta, – que, a par de Marcelo Rebelo de Sousa, presidiu à conferência – apontou os oceanos como o “recurso mais subestimado da Terra”, apesar de cobrirem 70% da superfície do planeta e deles dependerem, de forma direta, três mil milhões de pessoas. E a prova disso é que este é o mais “subfinanciado” dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU. Basta de “palavras vazias”, diria mais tarde, “são necessárias ações”. E o mesmo disse, num tom mais dramático, o primeiro-ministro das Fiji, Josaya Wiliame Katonivere, falando em representação de 16 Estados das ilhas do Pacífico particularmente visados pelas alterações climáticas e a poluição oceânica: “Quinhentos anos depois de Fernão de Magalhães nos ter denominado de povos do Pacífico, vimos aqui dizer que estamos a lutar pela nossa sobrevivência. Isto é algo tão preocupante que conferências como estas não podem servir só de alerta, mas sim para tomar decisões imediatos, há muitos que não vão aguentar muito mais tempo.”

Refira-se que alguns dos pontos mais discutidos durante estes cinco dias de Conferência foram a decisão histórica tomada por 175 nações, que decidiram colocar um termo à poluição por plástico, num acordo assinado até 2024, assim como a ratificação de um acordo alcançado no início de junho, em Genebra, sobre a disciplina dos subsídios à pesca.

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