FAO alerta que mundo não eliminará a fome até 2030 se atual contexto continuar

por Mei Mei Wong

A FAO assinala que as colheitas teriam que duplicar para chegar a 24 por cento, enquanto a produção de carne animal teria que crescer 31 por cento.

O desafio de alcançar a fome zero até 2030, um dos principais objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU, “não será alcançado se a situação atual continuar”, alertou esta quarta-feira a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

O relatório “Perspetivas Agrícolas 2022-2031”, elaborado em conjunto com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e apresentado esta quarta-feira revela que a meta de eliminar a fome nos próximos oito anos não será alcançada se a produtividade agrícola mundial não aumentar em 28 por cento, “três vezes mais do que cresceu na última década”.

A FAO assinala que as colheitas teriam que duplicar para chegar a 24 por cento, enquanto a produção de carne animal teria que crescer 31 por cento, enquanto eram seguidas medidas de sustentabilidade para que as emissões de gases de efeito estufa não continuem a aumentar, alcançando em paralelo a meta da ONU de reduzir essas emissões.

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“Atingir ambas as metas em menos de dez anos apenas através da melhoria da produtividade seria muito difícil, o que sugere que há outras medidas que precisam de ser tomadas em paralelo”, lê-se no relatório.

Entre as propostas estão as de aprovar políticas diretas de mitigação das emissões de gases, implementar novas tecnologias para transformar e tornar os sistemas agroalimentares mais resilientes, aplicar medidas mais rígidas contra o desperdício alimentar e limitar o consumo excessivo de proteínas em países de maiores rendimentos.

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“São precisos mais esforços para que o setor agrícola contribua efetivamente para a redução global das emissões de gases de efeito estufa. Isso inclui a adoção em larga escala de processos e tecnologias de produção inteligentes em termos climáticos, especialmente no setor pecuário”, indica o relatório, que aponta esse setor como o principal responsável por essas emissões, que aumentarão 8,8 por cento até 2031.

Leia mais em: TSF

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