China cria centro de negócios que aposta em parceria estratégica com Portugal

por Gonçalo Lopes

Foi esta quarta-feira, dia 1 de junho, inaugurado o Centro de Cooperação Internacional de Investimento e Comércio Sino Português – CCIICSP, com sede na cidade de Guangzhou, na China. A primeira sessão contou com a participação de stakeholders públicos e privados chineses e portugueses, entre os quais, a Cônsul-Geral de Portugal na China, Dra. Ana Cordeiro e o Diretor-Adjunto do Centro Internacional da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China, Dr. Changhao Ren.

Refira-se que o CCIICSP resulta de uma parceria da Porcham, associação empresarial de negócios bilateral, que está em vias de transformar-se em Câmara de Comércio de Portugal na China, e da empresa CINCO com a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China, tendo como objetivo a prossecução de projetos de investimento e comércio entre Portugal, a diáspora portuguesa e os Países de Língua Portuguesa com a Área da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, e a ilha de Hainan.

Esta iniciativa, de acordo com todos os intervenientes, constitui um importante passo na concretização da Parceria Estratégica entre Portugal e a China, que foi inicialmente estabelecida em 2005, e que teve mais recentemente um forte impulso dado às relações bilaterais entre os dois países com a visita a Portugal do Presidente Xi Jinping, em 2018.

Portugal é hoje um dos maiores destinatários per capita do investimento chinês na Europa e por isso mesmo a criação do CCIICSP é também o reconhecimento por parte da China da relevância geoestratégica de Portugal como interlocutor privilegiado e de primeira linha, na implementação do Acordo Abrangente de Investimento EU-China, celebrado em 2020, integrado na estratégia “Uma Faixa, Uma Rota”.

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De acordo com os dados recentes da Global Trade Flow (GTF), as trocas comerciais entre a China e os Países de Língua Portuguesa no mês de janeiro de 2022 foram de 16,397 mil milhões de dólares (15,3mil milhões de euros), um aumento homólogo de 19,31 por cento. As importações da China aos Países de Língua Portuguesa foram de 9,749 mil milhões de dólares, um aumento homólogo de 10,04 por cento, enquanto as exportações da China para os Países de Língua Portuguesa foram de 6,648 mil milhões de dólares, um aumento homólogo de 36,13 por cento.

Ainda recentemente, aliás, António Costa, primeiro-ministro de Portugal, destacou as relações diplomáticas e de “amizade” entre Lisboa e Pequim, sobretudo no âmbito do Fórum de Macau e com os países lusófonos, defendendo também que a recuperação das economias atingidas pelo impacto da pandemia de Covid-19 e pela invasão russa da Ucrânia exige agora outros estímulos e resultados.

O governante português sustentou que “a superação dos impactos socioeconómicos depende das medidas de estímulo” e da exploração de novas oportunidades, recordando que Portugal é “uma porta de entrada para a União Europeia” e para outros mercados, como a América Latina e África, até pela “proximidade com os países de língua portuguesa”. António Costa pediu ainda uma melhor gestão de um fundo milionário chinês destinado a financiar a cooperação sino-lusófona, “mais consequente”, nas regras e funcionamento. Em causa está um fundo de cooperação de quase mil milhões de euros criado pelo Banco de Desenvolvimento da China e pelo Fundo de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Macau.

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