De volta a Câmara e ao seu mandato como deputada federal (MS-PP), conquistado em 2018, a ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina, recomenda ao produtor que se prepare para usar um volume menor de fertilizantes porque a oferta pode ficar abaixo do normal.
“Na minha visão, corremos o risco de ter de usar o produto de maneira mais eficiente na próxima safra de verão”, afirmou. Como o solo está nutrido, usar menos fertilizante neste ano não seria um problema, ela explica.
Se a oferta continuar em baixa, porém, o cenário muda, e para pior. “Minha maior preocupação não era com a safra de verão, mas com a safrinha que começa em dezembro. Se houver interrupção no envio de fertilizantes, aí sim, haverá problemas para os produtores que vão plantar as culturas de inverno a partir de dezembro, como os de milho.”
De certo, até agora, é que a safra de verão será uma das mais caras da história, em que o produtor terá de fazer muita conta para comprar fertilizantes, defensivos e sementes de maneira seletiva.
No Congresso, Tereza vai se deparar com uma extensa agenda de votação de projetos que interessam ao agronegócio, direta ou indiretamente. Entre eles estão o novo marco da regularização fundiária, batizado de PL da Grilagem, que passou pela Câmara e está no Senado, e o projeto que trata de mineração em terra indígena, ainda com os deputados, que está sendo chamado de X-Tudo por liberar não apenas a mineração, mas uma série de outras atividades em reservas.
Segundo ela, esses temas precisam ser debatidos e desmistificados. “O que podemos continuar fazendo é ignorar esses problemas e varrer a discussão para debaixo do tapete”, afirma.
Quando ministra, a sra. mencionou que haveria estoques de fertilizantes até outubro, mas uma reportagem a Folha mostrou que o produtor já tem dificuldade para fazer encomendas e que, quando acha, o preço nas alturas. Pode faltar fertilizante?
Na minha visão, corremos o risco de ter de usar o produto de maneira mais eficiente na próxima safra de verão. Quando ainda estava no ministério lançamos o programa FertiBrasil, da Embrapa, que está indo a campo com 20 mil técnicos para fazer o diagnóstico do solo e ver o que tem de excesso.
Não vou entrar em detalhes técnicos, agronômicos, mas a planta não usa tudo que se coloca num ano. Às vezes, fica acúmulo no solo. Então, é possível usar menos nesses casos.
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