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O que aí vem

Guilherme RegoGuilherme Rego*
Guilherme Rego

Os primeiros três meses do ano esboçam o cenário a evitar para o que resta do ano. As receitas brutas do jogo certamente não foram ao encontro das expetativas das autoridades, e a pressão para atingir um orçamento otimista cresce.

Surge agora o Plano de Comparticipação Pecuniária, bem como o aviso de uma nova ronda de cartões de consumo eletrónico, mas a dinamização do consumo interno não resolve os problemas da cidade – alivia temporariamente os da sua população. Existe a consciência coletiva de que o aumento do fluxo de visitantes é a única maneira de alavancar a economia – uma realidade à qual Macau ainda não consegue fugir, mas quer.

Entre o tumulto económico, a revisão da lei do jogo prepara a RAEM para essa nova vida. O Grand Emperor Hotel é o primeiro a anunciar que não irá avançar para a renovação da licença de jogo com a SJM. Tudo indica que não será o único a retorquir desta forma às exigências do Governo, caindo por terra um plano a médio prazo de integração destes casinos-satélite.

Estas reformas na maior atividade económica de Macau fazem parte do que se visiona para o seu futuro. Todos querem uma RAEM diversificada, com novas fontes de receita, novas oportunidades e longe da dependência do jogo, que tanto nos custa hoje. Mas os resultados do caminho para a diversificação económica ainda não são palpáveis; o mesmo não se pode dizer do seu impacto imediato na vida das pessoas. O desemprego continua a aumentar, em grande parte pela queda de atividades económicas importantes no panorama atual da cidade.

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As soluções pecam por não ter a dimensão dos problemas, e o futuro, apesar de delineado, não tem resultados práticos hoje. Uma coisa é certa: a pandemia de Covid-19 ainda continua nos planos do dia, com as autoridades a se prepararem para o pior. O Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, marcará presença na Assembleia Legislativa para uma sessão de perguntas e respostas, onde terá a oportunidade de adereçar as preocupações da população e anunciar novas reformas para combater a instabilidade socioeconómica. Essencialmente, a população precisa de saber com o que pode contar.

*Diretor-Executivo do PLATAFORMA

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