Apoio do BM permite a Cabo Verde construir centrais solares

por Filipa Rodrigues
Lusa

Cabo Verde vai instalar centrais solares em quatro ilhas, totalizando mais 3,5 MegaWatts (MW) de potência por fontes renováveis, projeto de 16,5 milhões de dólares (15 milhões de euros) apresentado ontem na Praia e cofinanciado pelo Banco Mundial (BM)

Apoio do BM à contrução de centrais solares anunciado. O Projeto de Energia Renovável e Melhoria da Eficiência Energética nos Serviços Públicos prevê, na componente relativa ao serviço de eletricidade renovável e eficiente, avaliada em 12,5 milhões de dólares (11,3 milhões de euros), a construção de centrais solares fotovoltaicas nas ilhas de Santo Antão, Porto Novo (1,2 MW), São Nicolau, Ribeira Brava (0,4 MW), Maio, Barreiro (0,4 MW) e Fogo, Santa Catarina (1,3 MW).

De acordo com a apresentação do projeto feita ontem pelo Governo, após a construção das centrais fotovoltaicas, num prazo de cinco anos, o executivo pretende “adjudicar a sua exploração a privados”, que serão “selecionados por concurso público”.

Envolve ainda a construção das infraestruturas de interligação dessas centrais à rede pública, bem como a instalação de baterias para garantir o armazenamento da energia produzida, enquanto “projeto piloto”.

De acordo com o ministro da Energia, Alexandre Monteiro, além destas quatro centrais, há mais cinco processos de produção de energia renovável, solar e eólica, em curso, aos quais concorreram “mais de 20 empresas”, num processo que, disse, tem sido condicionado pela pandemia de covid-19 na sua execução.

Ainda assim, garantiu que estes projetos vão permitir a Cabo Verde atingir as metas de produção de energia através de fontes renováveis, face à atual dependência dos combustíveis fosseis, que alimentam mais de 80% da eletricidade produzida nas centrais do país, afetada pela escalada do preço dos produtos petrolíferos no mercado internacional.

“É um projeto muito importante para apoiar o país na execução do seu programa de transição energética”, disse o ministro, sublinhando também a componente “muito forte” ao nível da “reforma e reorganização” do mercado energético em Cabo Verde com este projeto, cofinanciado pelo grupo Banco Mundial e pelo Estado cabo-verdiano, entre outros parceiros.

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O plano aprovado pelo Governo cabo-verdiano prevê a meta de 30% de produção de eletricidade através de fontes renováveis até 2025 e mais de 50% até 2030.

O projeto apresentado hoje pretende também “melhorar a performance do setor elétrico em Cabo Verde”, alavancando para o efeito o financiamento privado e prevendo o apoio à reestruturação e privatização da empresa pública de produção de eletricidade Electra.

“Cabo Verde iniciou o seu programa de transição energética antes da pandemia. As crises acabam por demonstrar que o país está no caminho certo, que é caminhar para um setor energético progressivamente menos dependente dos combustíveis fosseis”, disse ainda o ministro da Energia.

Totalmente dependente da importação de combustíveis fosseis e sem capacidade de refinação no país, o Banco Mundial refere que Cabo Verde é dos países com as mais elevadas tarifas elétricas na África subsaariana, que sofreram um aumento médio de cerca de 30% em outubro, mas o Governo prevê que com o progressivo aumento da capacidade instalada de energias renováveis os preços ao consumidor venham a cair.

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