Apesar da pandemia, número de empresas cresceu em Portugal em 2020

por Gonçalo Lopes

O ano de 2020 ficou marcado pelo “forte impacto negativo” da pandemia na economia nacional, com o confinamento obrigatório imposto para controlar a covid-19 a gerar uma “forte contração da grande maioria dos ramos da atividade económica”, pelo que, não admira que o volume de negócios das empresas não financeiras em Portugal tenha caído 10% e o valor acrescentado bruto recuado 9,8%, indicadores que, no ano anterior, haviam crescido 4% e 5,8%, respetivamente. Mas, apesar disso, o número de empresas cresceu 2,6%, ascendendo a 450.416 unidades.

Segundo o Instituto Nacional de Estatística, que hoje publicou os dados definitivos das empresas em Portugal relativos a 2020, a redução do valor acrescentado bruto (VAB) “refletiu-se sobretudo no excedente bruto de exploração (-17,2%), visto que os gastos com o pessoal diminuíram apenas 1,7%, tendo-se reduzido em 2,0% o pessoal ao serviço”.

Foram as empresas de grande dimensão aquelas que registaram variações mais negativas, com decréscimos de 12,4% no VAB, de 13,7% no volume de negócios e 3,8% no pessoal ao serviço. Números que comparam, no caso das PME, com uma quebra de 8,4% no VAB, de 7,4% na faturação e de 1,5% no emprego. Sem surpresas, foi no Alojamento e Restauração que ocorreu a maior descida no VAB, com menos 53,9% face a 2019. Mas houve setores que cresceram, como a Informação e Comunicação e a Energia e Água que registaram aumentos no VAB de 11,2% e 1,4%, respetivamente.

Já as empresas financeiras tiveram, em 2020, primeiro ano de pandemia, reduções de 2,5% do VAB e de 13% do volume de negócios.

Diz o INE que, em 2020, houve 35.610 sociedades não financeiras a iniciar atividade, o que corresponde a uma taxa de natalidade de 7,9%, que compara com os 10,5% de 2019. No mesmo período desapareceram 24.941 sociedades, sendo a taxa de mortalidade de 5,5%, 0,4 pontos percentuais abaixo do ano anterior. Estas mortes representaram uma redução no número de trabalhadores de 56.433, levando, ainda, a uma perda de 2.155 milhões de euros no volume de negócios.

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