Promoção da tecnologia nas cidades da Grande Baía

por Gonçalo Lopes
Carol LawCarol Law

Shenzhen e Guangzhou, cidades da província de Guangdong, ficaram em segundo e quarto lugar numa avaliação de 150 zonas de desenvolvimento de tecnologia industrial. Os resultados foram elaborados pelo Centro Torch para Desenvolvimento de Tecnologia Industrial do Ministério de Ciência e Tecnologia, tendo as duas cidades ficado apenas atrás de Zhongguancun, em Pequim, e Zhangjiang em Shanghai. Porém, Shenzhen e Guangzhou foram as zonas mais bem qualificadas da Área da Grande Baía (GBA).

Isto é só o início para estas localidades de Guangdong, que têm introduzido várias medidas para atrair talentos e apoiar a indústria: o Departamento Municipal de Guangzhou para a Indústria e Informação Tecnológica lançou um novo projeto de financiamento; o distrito de Huadu organizou um conjunto de medidas para promover o desenvolvimento
de incubadoras tecnológicas (cada empresa contará com um subsídio de três milhões de yuan).

Guangzhou apoia empresas

A Zona Tecnológica de Huadu, em Guangzhou, é um dos principais locais da província para o desenvolvimento industrial e assume-se como um porto de produção de veículos e componentes. A zona procura também a diversificação e desenvolvimento da indústria de produção com uma rede de equipamentos inteligentes e veículos a novas energias.

Esta base industrial conta com a presença de duas grandes produtoras automóveis (Dongfeng Nissan e Venucia) bem como outras 190 empresas (31 destas estão entre as 500 empresas mais valiosas do mundo, segundo a revista Fortune).

Além das medidas para a promoção de incubadoras tecnológicas, o distrito de Huadu lançou incentivos para o desenvolvimento empresarial, financiamentos, benefícios financeiros, subsídios para renovação e construção de espaços, e ainda para eventos de empreendedorismo, segundo o Southcn.

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O Departamento Municipal de Guangzhou para a Indústria e Informação Tecnológica emitiu também várias medidas no início deste mês, cobrindo as áreas de serviços de informação e software, construção de parques industriais, redução de custos para pequenas e médias empresas, criação de novas infraestruturas digitais e aplicação inovadora das mesmas, com subsídios, incentivos e benefícios governamentais. O desenvolvimento de talentos está a ser promovido por todo o país, sendo que ainda este ano, quatro universidades de Guangzhou irão incluir nos seus currículos formações de profissionais no comércio digital. Isto marca a primeira vez que um número tão elevado de instituições superiores adiciona esta disciplina nos seus currículos. Desta forma a cidade conta agora com 34 universidades e institutos pro fissionais a formar talentos no
comércio digital em Guangzhou.

Desenvolvimento de zonas de alta tecnologia

A Grande Baía está a promover o desenvolvimento de parques científicos e zonas industriais de alta tecnologia. Como tal, a Comissão Administrativa da Zona de Alta Tecnologia de Foshan irá continuar a investir cerca de 100 milhões de yuan para atrair e apoiar equipas inovadoras na área da ciência, tanto nacionais como internacionais, para que estas desenvolvam o seu negócio neste local.

O processo da candidatura para este projeto empreendedor começou a 22 de março e ao longo dos últimos dois anos, a zona de Foshan tem investido mais de 170 milhões para conseguir atrair 47 startups para a região.

Por outro lado, a Zona Tecnológica de Zhuhai implementou 36 novas medidas para atrair novos talentos, incluindo um subsídio imobiliário (de até seis milhões), outro de subsistência (até 800 mil), e um auxílio de aluguer até 38 mil yuan. É ainda oferecido 40 por cento de desconto a arrendamentos e um mecanismo “sem esperas” para talentos de candidatura a arrendamentos.

A cidade está preparada para oferecer 10 mil ou mais empregos por ano para jovens talentos, construindo uma plataforma de informação sobre empregos na área tecnológica.

Em novembro do ano passado, o Parque Urbano Científico do Lago Songshan, em Dongguan, afirmou que iria investir dois mil milhões de yuan ao longodos próximos cinco anos para promover a digitalização e inteligência artificial.

Segundo este plano, o parque irá completar o planeamento do seu centro científico nacional na GBA até ao final do ano, e até 2025 irá conseguir atingir grandes desenvolvimentos tecnológicos. Prevê-se ainda que até 2035 seja construída uma série de grandes infraestruturas científicas e tecnológicas, e de uso comum, para que a região seja um local de inovação e influência internacional.

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Na Zona Económica Especial de Shenzhen têm sido implementadas regulamentações para inovação científica e tecnológica desde novembro de 2020. Estas medidas estipulam que o Governo Municipal “invista nunca menos de 30 por cento dos seus fundos para pesquisa e desenvolvimento científico em investigações básicas e de aplicação”, e que “seja estabelecido um fundo municipal para ciências naturais que apoie o desenvolvimento de investigações básicas e aplicadas para criar talentos científicos e tecnológicos”.

A cidade irá ainda apoiar empresas e outras instituições sociais em investigações básicas e aplicadas, através de financiamentos e doações. Em fevereiro deste ano, foi publicado o 14º Plano Quinquenal para o Desenvolvimento da Zona de Alta Tecnologia de Shenzhen, onde consta que em 2020 se contabilizou uma receita operacional bruta de dois biliões de yuan.

No local foi também registado um valor de produção bruto de 785 mil milhões, representando mais de um quarto do total da receita económica da cidade e contando com mais de 14,700 candidaturas a patentes internacionais do Patent Cooperating Treaty (PCT).

A zona tecnológica da China com maior volume de produção industrial entre janeiro e novembro de 2021 foi Shenzhen, atingindo 1,4 biliões de yuan. Seguem-se Guangzhou e Foshan, com 726 e 474 mil milhões, respetivamente, de acordo com o Centro Estatístico Científico e Tecnológico de Guangdong.

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