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PAM alerta para impacto da crise nos preços em Timor-Leste

Lusa

O Programa Alimentar Mundial (PAM) alertou hoje para a possibilidade da crise na Ucrânia provocar aumentos adicionais de preços nos produtos alimentares em Timor-Leste, que registaram já este ano uma inflação sem precedentes na última década

PAM alerta para crise de preços em Timor-Leste. “É pouco provável que o aumento da inflação seja transitório ou que, em breve, se acalme com a evolução global atual”, sublinhou o responsável do PAM em Díli, Dageng Liu.

“Tipicamente, os mais afetados pelo aumento dos preços dos alimentos são os pobres urbanos e rurais que dependem do mercado para aceder aos produtos alimentares, o que é suscetível de comprometer a sua capacidade de satisfazer necessidades alimentares essenciais”, enfatizou.

Em causa, segundo uma nota de Dageng Liu, responsável do PAM em Timor-Leste, está o efeito que pode haver no fornecimento de trigo à Indonésia – principal exportador para Díli – e que tem na Ucrânia e na Rússia os seus maiores fornecedores do produto.

Interrupções nas cadeias de abastecimento e a redução na produção devido ao conflito, explicou Liu, podem levar a um agravamento do fornecimento para a Indonésia, que já estava afetado pela pandemia da covid-19.

“Uma vez que as importações de trigo de Timor-Leste são principalmente provenientes da Indonésia, é provável que o conflito traga alguns desequilíbrios para o mercado local”, referiu Liu, na nota a que a Lusa teve acesso.

“Para Timor-Leste, país com défice alimentar e dependente das importações, significa que os importadores (também atingidos por transportes e combustíveis mais caros) são suscetíveis de ver custos de pressão acrescidos que poderão, em última análise, ter impacto nos preços dos consumidores”, sublinha.

O responsável do PAM em Timor-Leste recorda que a inflação em janeiro registou em Timor-Leste um valor de 5,4%, em termos homólogos, os dados “mais elevados em quase 10 anos, principalmente devido ao aumento da componente alimentar do Índice de Preços no Consumidor.

Neste quadro, Liu considera que este é um bom momento para “repensar os instrumentos políticos em matéria de reservas estratégicas de cereais, de substituição de importações e de proteção social para mitigar o impacto, especialmente na população vulnerável”.

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