Desporto português ganhou mais mulheres que homens

por Gonçalo Lopes

Na década de 2010 a 2020, a prática desportiva no feminino cresceu 3527 atletas por ano em média. Se em 2010 havia 128 805 mulheres no desporto, em 2020 eram 164 075. O que significa que em dez anos Portugal ganhou 35 270 atletas mulheres, um aumento superior ao dos homens (30 109), quando é assumido o objetivo de atingir a paridade – ter tantas mulheres como homens a competir – nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Se há modalidades que ganharam praticantes em toda a linha, como o voleibol, também há as que desceram a pique, como o basquetebol – o desporto que mais atletas perdeu.

Longe do mediatismo de outros desportos de pavilhão, o voleibol é a modalidade que mais seduz as mulheres portuguesas. Segundo os dados cedidos ao DN pelo Instituto Português do Desporto e Juventude, a quem as 62 federações reportam o número de praticantes federados todos os anos, o voleibol ganhou 7237 atletas em dez anos. Começou com 22 019 praticantes e subiu até aos 29 256, tendo inclusive contrariado a tendência de descida da maior parte das modalidades de pavilhão em 2020 – já com vários meses de pandemia.

Durante essa década, o voleibol teve sempre mais praticantes mulheres que homens, terminando a década com mais 5 mil atletas em relação aos masculinos. Um cenário idêntico ao da ginástica e do desporto equestre, duas modalidades com grande tradição e onde elas continuam a ser rainhas. Já o basquetebol foi o que mais mulheres perdeu (7307).

O futebol feminino, com ajuda do futsal e do futebol de praia foi a modalidade que mais praticantes ganhou em dez anos, passando das 6180 par as 11 217 atletas. Também a patinagem foi uma das que mais cresceu a dez anos e conseguiu esse feito inédito de ver a prática feminina superar a masculina. Se em 2010 havia 6450 homens e 3819 mulheres, em 2020 eram 7033 homens e 8398 mulheres. O que significa que os patins seduziram quase mais cinco mil mulheres nessa década.

Atletismo oscila antes da Medalha de Patrícia Mamona

O atletismo feminino tem andado num sobe e desce. Se em 2019 as mulheres passaram os homens no número de praticantes (quase mais 4 mil), em 2020 a queda foi idêntica à subida e passou das 11 788 para as 7480 atletas. A covid-19 pode ajudar a explicar a queda abrupta da modalidade que mais medalhas olímpicas deu ao país – embora os dados de 2021 não entrem nesta equação, estima-se que a pandemia tenha roubado mais de 53 mil mulheres por ano ao desportoEm Tóquio 2020, por exemplo, Patrícia Mamona foi a única mulher entre os quatro medalhados portugueses, numa comitiva feminina recorde de 36 atletas (19 estreantes, cinco delas no atletismo). Além da atleta do triplo salto, só Telma Monteiro (judo) exibe esse estatuto de medalhada olímpica ainda a competir.

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