União Europeia – África: uma parceria renovada?

por Gonçalo Lopes

“O crescimento, a prosperidade partilhada e a estabilidade são os principais objectivos desta parceria”, acrescentaram os responsáveis dos dois blocos, dias antes de os dirigentes da União Europeia e da UA, bem como dos respectivos Estados-membros, se reunirem em Bruxelas para a sexta cimeira conjunta.

Após o “teste causado pela pandemia”, os líderes da UE e a da UA defendem desde logo que a “solidariedade internacional sobre pandemias e grandes crises sanitárias deve ser organizada de forma abrangente, multi-sectorial e inclusiva”, apelando a um tratado internacional sobre pandemia, concluído em Março de 2024, no âmbito da Assembleia Mundial da Saúde.

Ao mesmo tempo, Michel e Sall querem que África passe a ter “melhor acesso aos recursos […] a fim de financiar as suas enormes necessidades de desenvolvimento económico e social”, o que passa por “uma iniciativa de alívio da dívida dos países pobres, [que] deveria ser posta em prática para apoiar os esforços de resiliência e recuperação dos países africanos”.

Ainda no âmbito económico, está previsto que a UE disponibilize “capacidade de investimento público e privado, bem como conhecimentos especializados com as infra-estruturas e tecnologias verdes, que são vitais para a luta comum contra as alterações climáticas e para a transformação das economias africanas”.

E numa altura em que mais de 600 milhões de africanos ainda não têm luz, “apelamos também a uma transição energética justa que tenha em conta as necessidades específicas de África, em particular a industrialização e o acesso universal à electricidade”, vincam Charles Michel e Macky Sall.

Já observando uma “tendência perturbadora” de “ameaça crescente de conflito entre blocos”, os dois responsáveis assinalam estar “convencidos de que a África e a Europa podem trabalhar em conjunto, para criar um mundo melhor e mais seguro para todos, através do diálogo e da cooperação com respeito uns pelos outros”.

Michel e Sall definem ainda a paz e a segurança como “prioridades-chave” desta parceria, adiantando ser necessário “enfrentar estas ameaças comuns em conjunto, incluindo em África, e em particular na luta contra o terrorismo”.

O encontro diplomático de alto nível, que se realiza hoje e na sexta-feira, em Bruxelas, visa estabelecer as bases para uma parceria UA-UE renovada e aprofundada, esperando-se desde logo um pacote de investimento África-Europa, tendo em conta desafios mundiais como as alterações climáticas e a actual crise sanitária da Covid-19. Em discussão, estarão ainda questões como a estabilidade e a segurança.

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