Gulbenkian financia projetos de saúde de PALOP

por Mei Mei Wong
Gulbenkian PALOP

A Fundação Calouste Gulbenkian e a Fundação “la Caixa” vão apoiar três projetos de instituições científicas dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), nas áreas do microbioma, cancro e Covid- 19.

Foi anunciado a 2 de fevereiro que o investimento seria de cerca de 500 mil euros até 2023. Os projetos, selecionados por um júri internacional, são liderados por investigadores de Angola, Cabo Verde e Moçambique que participaram no curso de Gestão de Ciência. Esta iniciativa, promovida pelas duas fundações entre 2018 e 2020, envolveu cerca de 50 investigadores nas três edições, segundo um comunicado da Gulbenkian.

O Instituto Nacional de Investigação em Saúde, através do Centro de Investigação em Saúde de Angola, vai desenvolver o projeto “Helminth infections and allergic respiratory diseases. Does a neglected tropical disease influence a non-communicable disease?”.

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O projeto tem como objetivo perceber a ligação entre a doença respiratória alérgica com a presença de helmintos (parasitas intestinais) e o papel que o microbioma intestinal possa ter na asma e no controlo dos helmintos. Este projeto é uma parceria entre o Hospital Militar de Luanda e a Escola Superior de Tecnologias da Saúde de Lisboa. É liderado por Jocelyne Vasconcelos e Margarete Arrais.

O Instituto Nacional de Saúde de Moçambique foi outro dos vencedores do concurso com o projeto “Epidemiology and characteristics of SARS-CoV-2 infection among children and their households in Mozambique” liderado por Nilsa de Deus e Osvaldo Inlamea, para os próximos dois anos, refere-se no comunicado. O projeto consiste no estudo da Covid-19 em crianças de três escolas primárias de bairros urbanos, periurbanos e rurais de Maputo.

Os investigadores vão analisar a taxa de mortalidade e morbilidade nestas faixas etárias, assim como realizar um estudo epidemiológico e um inquérito de seroprevalência que permitirá perceber a exposição ao vírus pelas crianças. Por seu lado, a Universidade de Cabo Verde vai desenvolver o projeto “Clinical- Pathological Characterization of PALOP`S Cancer – INCUBATOR”, um projeto que tem como objetivo perceber a incidência do cancro da próstata em Cabo Verde e Moçambique. O projeto irá também fazer um estudo biológico e saber qual o subtipo mais frequente daquele que é o cancro que mais pessoas vitimiza em Cabo Verde.

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Esta investigação inclui ainda a criação do laboratório digital “INCUBATOR”, uma plataforma para a publicação de dados e informações para apoio ao diagnóstico do cancro da próstata. O projeto é liderado por Neidy Varela Rodrigues e Mamudo Ismail, numa parceria com a Faculdade de Medicina da Universidade Eduardo Mondlane em Moçambique. A Fundação Calouste Gulbenkian e a Fundação “la Caixa” têm vindo a desenvolver um programa anual – “Curso de Gestão de Ciência” – dirigido a investigadores e gestores de instituições de investigação, públicas ou privadas, na área da saúde, nomeadamente diretores científicos, coordenadores e gestores de programas dos PALOP.

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