O relatório anual do FMI sobre a economia de Macau prevê um crescimento de 15 por cento em 2022 e de 23 por cento em 2023. Mas há sempre um senão, e ultimamente prende-se sempre ao contexto pandémico.
Lembro que o relatório do ano passado foi revisto em baixa passados seis meses, alterando a previsão de crescimento em mais de 40 por cento. Ao evidenciar que “o declínio acentuado da atividade [jogo] expôs as vulnerabilidades da RAEM”, o documento realça a necessidade de Macau em diversificar a sua economia, algo que tem sido fortemente promovido desde que se noticiou a Zona de Cooperação Aprofundada entre Macau e Guangdong em Hengqin.
Não obstante, o nível pré-pandémico só voltará em 2025, alerta o FMI, e se por um lado elogia as políticas de resposta à pandemia do Governo local, também apela para que o apoio financeiro às famílias e aos pequenos e médios negócios continue até lá, de forma a que a estabilidade no emprego seja garantida.
Mas a indústria do jogo enfrenta grandes mudanças, que embora não tragam o seu fim, são certamente um aviso do que lhes reserva o futuro – a redução da sua influência na economia local. Em paralelo, desenvolve-se a integração na Área da Grande Baía e através dela promete-se a diversificação económica em 2035.
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Tudo aponta que esse seja o ano em que se atribua novas licenças de jogo e que a atividade dos casinos seja novamente adaptada conforme o grau de concentração económica de Macau. O que se pede, hoje e amanhã, é que a revisão vise o desenvolvimento sustentável, tal como Lei Wai Nong afirmou em Assembleia.
No entanto, o desenvolvimento sustentável do jogo transcende-lhe, porque para já afeta toda a atividade económica local. É esse o balanço que deve ser feito, evitando mudanças radicais que prejudiquem a população a curto prazo, sem sequer poder dar garantias de futuro, pois a pandemia não permite.
*Diretor-Executivo do PLATAFORMA
