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Bolsonaro usa crime de 2002 para atacar Lula

“O Celso Daniel ia atrapalhar a eleição do ‘nove dedos’ lá em 2002 porque sabia de um esquema de corrupção, acabou sequestrado, torturado e executado”. A frase, de Jair Bolsonaro, dita dia 20, cita o nome de um autarca do Partido dos Trabalhadores (PT), cujo assassinato, há 20 anos, gera repetidas teorias da conspiração contra Lula da Silva, a quem o presidente do Brasil se refere como “nove dedos”. Essas teorias, difundidas logo em seguida por bolsonaristas, entraram definitivamente na campanha.

“São calúnias e difamações graves a propósito de um crime que a polícia da época, estávamos ainda sob o governo de Fernando Henrique Cardoso, concluiu como sendo ‘crime comum’ e não ‘crime político'”, reage ao DN Paulo Teixeira, secretário-geral e deputado do PT. “Nunca se comprovou qualquer relação do nosso partido com o caso e se a equipa da rachadinha [referência ao esquema de corrupção em que Bolsonaro e dois filhos são atingidos] utilizar alguma teoria conspiratória sobre a morte do Celso no tempo de antena oficial incorrerá em crime”.

No dia 18 de janeiro de 2002, Celso Daniel, de 50 anos, prefeito da influente cidade de Santo André, na periferia de São Paulo, e coordenador da campanha que elegeria Lula da Silva presidente da República pela primeira vez no final desse ano, saiu de uma churrascaria de São Paulo acompanhado do braço-direito Sérgio Silva, conhecido como “Sombra”.

O carro, guiado por “Sombra”, foi então perseguido, alvejado e encurralado por três viaturas. Dois dias depois, o corpo do prefeito foi encontrado, longe dali, com oito tiros no rosto e sinais de tortura. “Sombra” escapou ileso.

Segundo a polícia, um grupo de seis criminosos, liderado por Ivan Silva, conhecido como “Monstro”, executou o crime por engano. “Monstro” contou que o grupo perseguia um comerciante, foi despistado por ele e por isso decidiu sequestrar o primeiro passageiro de um veículo caro que visse no caminho.

No dia seguinte, ao tomar conhecimento pelos jornais de que Daniel era autarca, “Monstro” assustou-se, telefonou para os parceiros que estavam junto à vítima e ordenou a sua “dispensa” – termo que significaria “soltura”, na gíria criminosa, mas que foi entendido como ordem para matar por um dos membros da quadrilha, de nome Lalo, menor de idade.

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