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Transplante de coração de porco em humanos “é fascinante”

“O que aconteceu é fascinante. De tudo o que aconteceu na investigação nestes últimos anos, pela primeira vez surge algo que nos parece ter um futuro relativamente simples. Porque uma coisa é uma máquina, outra coisa é um coração”. O diretor do serviço de cardiologia do Centro Hospitalar de Leiria, João Morais, analisa com entusiasmo o transplante de coração de um porco (geneticamente modificado) numa pessoa – aconteceu em Maryland, nos EUA, a 7 de janeiro – cirurgia que demonstrou pela primeira vez que o coração de um animal pode continuar a bater num ser humano sem rejeição imediata.

“Portugal só pode mesmo discutir, não pode fazer muito mais, porque infelizmente não tem capacidade para desenvolver uma linha de investigação que lhe permita fazer o que aconteceu há dias nos EUA”, afirma ao DN João Morais, enquanto sublinha que a complexidade não reside apenas em “sacrificar um animal, pegar naquele coração e colocá-lo num humano”. É que por trás desta técnica está o segredo: o animal tem de ser geneticamente modificado para que o órgão seja bem recebido pelo corpo humano. “O grande sucesso do que aconteceu foi ter-se conseguido achar o momento certo para poder fazer esta tentativa, sabendo que a probabilidade de rejeição pelo corpo humano é muito grande, e que havia todo um trabalho prévio a ser feito, de maneira a geneticamente modificar aquele órgão de forma a ser bem aceite”, frisou.

“É algo verdadeiramente fascinante , isto”, diz João Morais, enquanto sublinha os números revelados por estes dias: mais de 100 mil americanos à espera de um coração, sendo que no último ano apenas pouco mais de três mil foram transplantados. “Com isto percebemos a dimensão do que estamos a falar – centenas de milhar de pessoas no mundo inteiro que precisam de um coração e não o têm. E morrem por causa disso”, sublinha o cardiologista. É certo que o coração artificial é (já) uma solução para alguns, “mas como tudo o que é mecânico não pode ser uma solução objetiva para toda a gente”, acrescenta, aludindo também aos valores “incomportáveis” do ponto de vista económico.

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