Empresas financeiras de Hong Kong exploram Macau
AS EMPRESAS EVERBRIGHT SUN HUNG KAI, MANULIFE E PRUDENTIAL QUEREM EXPANDIR OS SEUS NEGÓCIOS EM MACAU. AS TRÊS COMPANHIAS PODEM SERVIR DE CATALISADOR PARA TRANSFORMAR A RAEM NUM CENTRO DE SERVIÇOS FINANCEIROS, DIFERENCIANDO ASSIM A SUA ATIVIDADE ECONÓMICA.
A Everbright Sun Hung Kai, um dos dois intermediários financeiros licenciados em Macau, aperfeiçoou a sua plataforma de gestão de património, de maneira a oferecer cerca de mil fundos de investimento internacionais à antiga colónia portuguesa. O anúncio foi feito por Jeff Kong, diretor de operações da sucursal local, segundo noticiou o South China Morning Post.
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“Planeamos disponibilizar produtos obrigacionistas aos investidores de Macau, pelo menos num curto prazo”, referiu Kong, observando ainda que a recente expansão da plataforma resultou num aumento de 50 por cento na venda de produtos de gestão de património em 2021.

O responsável acredita que as operações da sucursal serão prósperas, uma vez que a Everbright Securities, empresa-mãe sediada no continente chinês, detém uma grande presença na Área da Grande Baía, nomeadamente nas regiões administrativas especiais e em nove cidades da província de Guangdong.
O setor financeiro de Macau obteve nova vida quando o “Projecto de Gestão Financeira Transfronteiriça da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau” foi lançado em setembro, sendo esta a primeira vez que a cidade foi incluída num programa de comércio transfronteiriço com a China continental.
O projeto permite aos residentes chineses da Grande Baía adquirir produtos de investimento através de bancos em Hong Kong e Macau e vice-versa. Em novembro, foram realizadas 883 transações entre o continente e Macau ao abrigo do programa, contabilizando 53,29 milhões de yuan (65,37 milhões de dólares), segundo dados da sucursal do Banco Popular da China em Guangzhou.
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Já Hong Kong e a China registaram, também no mesmo mês, 1.574 transações avaliadas em 131,87 milhões de yuan. O plano transfronteiriço é uma das armas para Macau poder aprimorar o seu setor financeiro, uma vez que conta apenas com 25 companhias de seguro e 31 bancos. Em tom de comparação, Hong Kong possui 600 corretores de bolsa, 165 seguradoras e 160 bancos.
Em relação à abertura de uma bolsa de valores em Macau, tem havido poucos desenvolvimentos desde que Pequim anunciou essa intenção em 2019. Porém, a partir de 29 de janeiro, a China permitirá o estabelecimento de fundos de investimento entrangeiros entre a RAEM e Hengqin.
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Os investimentos serão depois canalizados em start-ups do continente. “O projeto-piloto lançado entre as duas regiões abrirá ainda mais canais de investimento, atraindo instituições nacionais e estrangeiras de gestão de ativos, fornecendo apoio financeiro de alta qualidade para a construção do canal transfronteiriço”, salientou Kevin Yuan, consultor sénior da firma de advogados chinesa FenXun Partners.

Estas medidas visam optimizar a diversificação da economia de Macau, uma vez que as receitas do setor do jogo contribuem para mais de metade do produto interno bruto da cidade.
Por sua vez, o diretor executivo da Prudential em Hong Kong considera Macau “uma grande cidade na Área da Grande Baía”. Derek Yung salienta também que a seguradora está em vias de obter uma licença para poder operar na RAEM, com o objetivo de “capturar novas oportunidades de negócio”.
A Manulife, uma outra seguradora com representação na região vizinha, nomeou no mês passado Carrie Tong como chefe da sucursal de Macau, uma posição recentemente criada. A mesma responsável constatou que a sucursal “tem servido clientes em Macau há 25 anos e crescido rapidamente”.
As vendas da Manulife em Macau triplicaram nos primeiros nove meses de 2021, sendo que 60 por cento do total contabilizado é proveniente de visitantes do Interior da China. Carrie Tong referiu ainda que a expansão do Aeroporto Internacional, juntamente com outros projetos de infraestruturas e transportes, irá reforçar a ligação entre Hong Kong, Macau e as cidades da Grande Baía.
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