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“Ninguém imaginava que Bolsonaro seria o pior presidente da história”

João Almeida Moreira

Simone Tebet, única mulher pré-candidata às eleições do Brasil de outubro de 2022, diz ao DN que vai até ao fim e não negoceia ser vice na lista de ninguém. Se não chegar à segunda volta, manterá o seu voto secreto

Bolsonaro é o pior presidente da história. Simone Tebet é a única mulher de entre o pelotão de 12 pré-candidatos à presidência do Brasil, em outubro de 2022. Filiada ao maior e mais heterogéneo partido do país, o MDB, a professora e advogada de 51 anos diz-se apoiada por todas as alas da formação política e disposta a ir até ao fim sem negociar ser vice-presidente de nenhum dos outros aspirantes a representantes da chamada “terceira via”, o espaço político entre o presidente Jair Bolsonaro, de extrema-direita, e Lula da Silva, de centro-esquerda.

Para a líder da bancada feminina do Senado Federal, “ninguém imaginava que Bolsonaro poderia namorar com o autoritarismo, ameaçar as instituições democráticas, tentar mudar todo o pensamento de uma geração com o discurso de ódio contra as minorias” e fazer “uma gestão tão ruim”. Por isso, a prioridade do eleito, será “acabar com a fome e diminuir a desigualdade social, com a geração imediata de novos postos de trabalho”.

A sua carreira legislativa é elogiada pelos seus pares, da esquerda à direita, mas a sua carreira executiva – ex-prefeita da cidade de Três Lagoas – é relativamente curta. Acha que tem a experiência de gestão necessária para a presidência?

A pergunta traz consigo uma premissa equivocada. Fui prefeita eleita e reeleita de Três Lagoas, a minha cidade natal, no estado de Mato Grosso do Sul. Iniciámos a nossa gestão com a cidade falida e deixámos a prefeitura com uma avaliação considerada a melhor administração da história da cidade, com investimentos multimilionários no setor da indústria, tendo gerado milhares de empregos para o Brasil inteiro, além de ter saneado as finanças da cidade. Fomos a gestão que mais fez escolas e creches, clínicas públicas de saúde, hospital, drenagem e habitação. Depois, como vice-governadora, atuei na área de segurança pública.

Ninguém tem melhor visão de gestão do que o prefeito municipal que, pela Constituição, tem que se responsabilizar por mais de 80% dos serviços públicos que precisam ser prestados. É de obrigação constitucional do município e, na partilha tributária, não fica nem com 20% do orçamento. É fazer milagres com o pouco que tem.

A sua participação na CPI da covid, onde lidou com mais profundidade com a atuação do atual presidente na pandemia, estimulou a sua candidatura ou ela aconteceria independentemente da CPI?

Já faz um ano que o MDB me sonda, por toda a minha trajetória, e não apenas pela minha atuação nessa CPI. Não podemos esquecer que a CPI me propiciou escrever algumas páginas da minha história política; não posso nem falar que foi um capítulo.

Eu fui presidente da comissão mais importante do Congresso Nacional, que é a Comissão de Constituição e Justiça [CCJ], e fui líder da maior bancada no Senado [a do MDB]. Hoje sou a primeira líder da bancada feminina no Senado. Também tive uma atuação muito forte nas reformas que foram votadas durante a nossa gestão na CCJ. Então, a CPI foi apenas mais um espaço de visibilidade externa da minha atuação.

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