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Governante de Hong Kong exalta eleições apesar da baixa participação

A chefe de Governo de Hong Kong, Carrie Lam, exaltou nesta segunda-feira (20) o resultado das eleições legislativas “apenas para patriotas”, apesar do índice de participação historicamente reduzido na votação, que reservou todas as cadeiras de deputados para candidatos leais a China.

O centro financeiro compareceu às urnas no domingo para definir os novos integrantes do Conselho Legislativo sob as novas regras impostas por Pequim, que reduziram drasticamente o número de deputados eleitos pelo voto popular e determinam quem pode disputar os cargos.

“Hong Kong está de volta ao caminho correto de ‘um país, dois sistemas'”, declarou Lam, em referência ao modelo usado pela China para dar certa autonomia à cidade.

“Não podemos simplesmente copiar e pegar o chamado sistema democrático dos países ocidentais”, acrescentou a chefe de Governo de Hong Kong, depois de argumentar que, com as novas regras, elementos “anti-China” foram excluídos e a calma política foi restaurada.

Apenas 1.350.680 dos 4.472.863 eleitores registrados votaram para eleger os legisladores da cidade, uma participação de 30%, a menor desde que a cidade passou do comando britânico para o chinês em 1997. 

Em 2016, a participação foi de 52,6%. 

Lam evitou comentar o elevado nível de abstenção e afirmou a um jornalista: “Não posso analisar. Talvez você tenha que consultar outros líderes de opinião”.

A imprensa chinesa considerou a eleição um sucesso.

De acordo com a agência estatal Xinhua, a eleição “esmagou as mentiras de forças externas, ao mesmo tempo que demonstrou a verdadeira vontade do povo da cidade chinesa”.

De acordo com as novas regras, todos os candidatos foram examinados para verificar seu patriotismo e lealdade política à China. Além disso, apenas 20 dos 90 assentos do do Conselho Legislativo (o “LegCo”) serão eleitos diretamente.

A maioria das cadeiras, 40, será definida por um comitê de 1.500 partidários de Pequim. As 30 restantes serão eleitas por comitês pró-Pequim que representam organizações empresariais e outros setores.

– “Um sufrágio universal genuíno” –

Pela primeira vez, foram instaladas seções na fronteira com a China para que os eleitores do continente pudessem votar.

Quando Lam votou no domingo, três manifestantes da Liga dos Social-Democratas gritaram: “Quero um sufrágio universal genuíno”.

O governo pagou por anúncios nas primeiras páginas dos jornais e outdoors, enviou panfletos para as residências e mensagens para celulares com mensagens sobre as eleições.

A eleição de domingo recebeu apoio aberto de Pequim, que vê o novo sistema como uma forma de eliminar os elementos “anti-China” e restaurar a ordem com uma legislatura livre de opositores perturbadores.

Os críticos respondem que a China autoritária praticamente baniu os partidos de oposição em uma cidade que se orgulhava da diversidade de seu cenário eleitoral.

Dezenas de figuras da oposição, incluindo algumas que conquistaram assentos legislativos em eleições anteriores, foram presas, desqualificadas ou fugiram para o exterior.

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