A contribuição dos hospitais privados

por Guilherme Rego
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Macau viveu três ondas epidémicas este ano. O Kiang Wu, maior hospital privado da cidade, tem sido parte importante no combate à Covid-19 e na manutenção dos serviços especializados, explica ao PLATAFORMA o vice-presidente do estabelecimento de saúde, Li Peng Bin. 

O primeiro surto em Macau levou ao estabelecimento de uma estação de triagem de emergência especial e de uma área de isolamento à frente dol Kiang Wu. “Na fase inicial da epidemia, o pessoal de saúde do Hospital foi capaz de intercetar e diagnosticar o 5.º, 8.º e 15.º casos de Covid-19 (…), prevenindo assim com sucesso o surto da doença na comunidade e no Hospital”, refere.  

Leia mais sobre o assunto: Hospital Kiang Wu passa a vacinar

O vice-presidente partilha que, após o primeiro caso confirmado de Covid-19 em Macau, o Kiang Wu formou uma equipa para coordenar os esforços de prevenção e controlo epidémico, incluindo a formulação de diretrizes para isolamento, transferência e desinfeção de pacientes suspeitos, e criação de medidas preventivas para departamentos de alto risco. 

Li Peng Bin, vice-presidente do Hospital Kiang Wu

Na primeira onda do novo coronavírus, os serviços especializados do Hospital São Januário (público) foram suspensos. Porém, o Hospital Kiang Wu manteve-os. Desde fevereiro do ano passado que tem recebido pacientes provenientes do Centro Hospitalar Conde de São Januário. Na primeira semana, 35 pacientes internados foram reencaminhados e mais 20 pacientes no mês seguinte. Um total de 255 referências hospitalares ou cirúrgicas foram feitas no ano passado, representando um aumento de 97,7 por cento em comparação com 2019. 

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De acordo com Li Peng Bin, a chave na luta contra a epidemia é a construção de um sistema forte contra a Covid-19, aumentando a taxa de vacinação, reduzindo o número de casos graves e, por conseguinte, minimizando o recurso a equipamentos médicos como ventiladores e ECMO, que não existem em abundância. O profissional de saúde também apontou para a taxa de vacinação da equipa do Hospital, que atingiu 95,2 por cento no último dia de outubro.  

Muitas mulheres grávidas ou a amamentar estão preocupadas com os perigos da vacina nesta fase. Li explica que tanto a Organização Mundial de Saúde como a Comissão Nacional de Saúde e o Centro para o Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) aferiram que não há necessidade de atrasar os planos de gravidez devido à vacinação contra a Covid-19. “Como os pais são os contactos mais próximos dos recém-nascidos, que têm um sistema imunitário fraco, podem protegê-los melhor se tomarem a vacina”, sublinha. 

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Depois de descobrirem a gravidez, a vacinação também não é problema, mas Li acrescenta que devem fazer os seus exames e submeter-se aos testes de teratologia. O médico também enfatiza que não há qualquer risco na fase de amamentação e que todas estas mulheres podem tomar a vacina de mRNA ou a inativada. 

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Em agosto deste ano, um surto local levou a que o Hospital destacasse mais de 600 profissionais para participar nos testes em massa, sem adjudicar dos serviços prestados no Hospital. “Muitos dos nossos colegas têm feito horas extraordinárias para lutar contra a epidemia, independentemente do seu descanso pessoal. Têm lutado corajosamente na linha da frente da luta contra a epidemia”, assevera.  

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