RAE Macau essencial na ligação da China à lusofonia

por Filipa Rodrigues
Lusa

A região administrativa especial de Macau (RAEM) é essencial nas ligações entre a China e a lusofonia devido à sua história, considerou hoje o presidente do Observatório da China

Macau é essencial na ligação da China à lusofonia. “Macau, é conhecido de todos na lusofonia, é um parceiro privilegiado” da China com os países de língua portuguesa, como “facilitador de negócios”, salientou Rui Lourido.

O responsável do Observatório da China destacou o papel da RAEM no âmbito do Fórum Macau – Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) -, organização crucial na estratégia que liga a China à lusofonia através da iniciativa conhecida como “nova rota da seda”.

Na III Conferência Internacional de Cooperação Portugal–China, que decorreu hoje em Lisboa, promovida pela Câmara de Cooperação e Desenvolvimento Portugal–China e o Observatório da China, Rui Lourido salientou que a China não é uma presença nova em África, uma vez que apoiou os movimentos de descolonização, inclusive nas antigas colónias portuguesas.

O responsável considerou que a China é dos maiores parceiros comerciais de África, tendo ultrapassado os Estados Unidos da América em 2009, sendo também o principal parceiro comercial da África do Sul.

Rui Lourido explicou que o país não se interessa apenas em matérias-primas, mas também em indústria, serviços e infraestruturas.

O investimento chinês direto na indústria africana aumentou 9,9% entre 2020 e 2021.

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Segundo Rui Lourido, 20 anos após a entrada da China na Organização Mundial de Comércio, o país contribuiu cerca de 30% para o crescimento mundial.

“A china mudou a estrutura do comércio multilateral, bem como a direção dos fluxos de trocas globais. Fez aumentar a presença dos países emergentes no cenário económico internacional e beneficiou milhões de pessoas em todo o mundo. Foi benéfico para os países desenvolvidos, incluindo os Estados Unidos da América”, frisou Lourido.

Segundo os dados da alfândega chinesa, relativamente à relação entre a China e os PALOP, entre janeiro e agosto de 2020, o principal país com trocas comerciais é o Brasil, seguindo-se Angola, Portugal, Moçambique, Timor-Leste, Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.

Foi ainda frisado que o rendimento de Macau vem do jogo, mas esta região defende a herança portuguesa, tendo áreas históricas protegidas pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura).

Por seu lado, como salientou o presidente da Liga da Multissecular Amizade Portugal-China, general Pinto Ramalho, “Macau não é apenas turismo e lazer”, pois desde “cedo foi um entreposto comercial e intercultural”.

A diretora da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica do Porto, Manuela Pintado, destacou que há investimentos chineses em projetos da Comissão Europeia.

Portugal já foi quinto maior recetor de investimento chinês na Europa, nos setores de energia, seguros, saúde, finanças, tecnologia e infraestruturas.

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