O financiamento chinês poderá substituir o de países ocidentais em projetos de petróleo e gás em Moçambique, aponta o CEO da Galp.
“Há países que vão receber este produto”, referiu Andy Brown, CEO da Galp, aludindo ao gás natural liquefeito no norte de Moçambique e apontando para o exemplo da China.
A China quer “substituir urgentemente o carvão por gás devido a razões ambientais e imagino que estariam interessados em investir neste tipo de projetos”, observou Brown em declarações à Lusa, a propósito da participação da Galp na Área 4 de exploração de gás da bacia do Rovuma.
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“O financiamento de projetos de petróleo e gás está a tornar-se mais difícil, mas nem todos subscrevem o não investimento no setor”, explicou. “Não acredito que depois do que foi anunciado na COP26 isto leve a que não haja possibilidade de financiamento”, acrescentou, reiterando que “o mundo ainda precisa de muito petróleo e gás”.
Sobre a posição da Galp face aos investimentos onshore da Área 4, que têm sido sucessivamente adiados pelo operador Exxon Mobil, Brown garante “querer desenvolver o projeto”.
O consórcio da Área 4, onde a Galp detém uma participação de 10 por cento, “espera lançar” o investimento, “mas apenas quando a segurança estiver garantida” em Cabo Delgado, explicou o presidente executivo da empresa sediada em Lisboa. A insurreição armada tem afetado a província e deu origem à suspensão do investimento por parte da companhia petrolífera Total em março deste ano.