NATO pede mais inteligência artificial perante ameaça da China

por Filipa Rodrigues
Lusa

O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, pediu mais investimento em inteligência artificial (AI), para que os membros da Aliança Atlântica não fiquem para trás em relação a potências como a Rússia e a China

Stoltenberg participou no fórum NATO-Indústria, em Roma, com a presença de centenas de empresas da indústria de Defesa e Segurança para propor soluções inovadoras e desenvolvimento de capacidades e para preparar o novo Conceito Estratégico da Aliança, que será aprovado na cimeira de 2022, em Madrid.

Na sua intervenção, o secretário-geral da NATO explicou que “países em várias partes do mundo estão a desenvolver novas tecnologias a partir da inteligência artificial, tal como a Rússia e a China, provando que estão a investir muito nessas tecnologias”.

“Os aliados ainda são candidatos nesta corrida. Mas outros jogadores estão a recuperar rapidamente. Como não partilham dos nossos valores, nem jogam pelas mesmas regras, começam a desafiar o domínio tecnológico da NATO”, explicou Stoltenberg.

O responsável da Aliança Atlântica sublinhou que “um dos principais competidores” é a China – uma das maiores economias do planeta e o país com o segundo maior orçamento para Defesa – e pediu que sua expansão seja considerada “como alguma coisa que está a mudar o alinhamento da segurança”.

Stoltenberg disse acreditar que a China tem a ambição de se tornar líder mundial nas tecnologias de AI em 2030 e quer ter as Forças Armadas mais tecnologicamente avançadas do mundo em 2050, acrescentando que este plano “não é teórico, mas muito real”.

Stoltenberg disse também que a Rússia está a “fazer progressos consideráveis” nessa área.

“Dada a crescente competição de regimes autoritários, somos obrigados a fortalecer as nossas tecnologias”, concluiu.

O secretário-geral da NATO aproveitou a sua deslocação a Roma para se encontrar com o primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, na quarta-feira, com quem discutiu a situação da concentração militar da Rússia na Ucrânia, a crise na fronteira da Bielorrússia com a Polónia, Letónia e Lituânia e o que está a suceder nas fronteiras dos países da Aliança, no Sul, incluindo a situação no Mediterrâneo.

De acordo com um comunicado da NATO, Draghi e Stoltenberg também “abordaram a importância de uma ligação transatlântica forte à medida que a Aliança continua a modernizar-se e a adaptar-se a um mundo mais competitivo” e quando se prepara para a cimeira do próximo ano em Madrid.

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