Ativista pró-democracia de HK evoca a luta de Gandhi

por Filipa Rodrigues
Lusa

Lee Cheuk-yan, ativista pró-democracia de Hong Kong, evocou hoje Mahatma Gandhi durante o julgamento em que é acusado de participação na vigília de homenagem às vítimas do massacre de Tiananmen, proibida pelas autoridades

Ativista pró-democracia em Hong Kong evoca Gandhi. Lee Cheuk-yan é um dos oito elementos destacados do movimento pró-democracia que participaram na vigília ilegal do passado mês de junho proibida pela polícia pela primeira vez na Região Administrativa Especial de Hong Kong.

As vigílias em memória das vítimas da repressão de 1989, na praça Tiananmen em Pequim, nunca deixaram de se realizar em Hong Kong, onde passou a vigorar desde o ano passado a polémica Lei de Segurança Nacional imposta pelo Governo central.   

Em concreto, Lee Cheuk-yan e outros quatro ativistas foram acusados de participação “numa reunião não autorizada”. 

Na sessão que decorreu hoje no Tribunal de Hong Kong, Lee Cheuk-yan evocou, comovido, o líder indiano Mahatma Gandhi para estabelecer uma comparação entre o movimento pró-democracia de Hong Kong e a luta pela liberdade dos cidadãos indianos contra o Império colonial britânico, após a II Guerra Mundial.  

“Todos nós seguimos a ideia da luta não violenta de Gandhi, na esperança de conseguirmos reformas democráticas para Hong Kong”, disse o acusado, acrescentando que não se arrepende de ter participado na vigília.

“Se tiver de ser preso para afirmar a minha vontade, então assim seja”, concluiu.

Lee Cheuk-yan, 64 anos, que participou nas manifestações na Praça de Tiananmen em 1989, integra a Hong Kong Alliance, uma organização que promove a vigília anual em memória das vítimas do massacre.

Desde 1989 e até 2020, realizaram-se todos os anos em Hong Kong, ex-colónia britânica, e Macau, território que esteve sob administração portuguesa, as vigílias em memória das vítimas do massacre de 1989.

Atualmente as concentrações de junho estão proibidas nas regiões administrativas especiais de Hong Kong e Macau em total contradição com os acordos diplomáticos entre a República Popular da China, Reino Unido e Portugal e que ainda se encontram em vigor. 

O grupo Alliance Hong Kong foi desmantelado este ano e os dirigentes estão a ser alvo de processos judiciais por “subversão” no quadro da Lei de Segurança Nacional.

Seis dos oito acusados de participação na vigília, entre os quais Lee Cheuk-yan, encontram-se detidos.

Três dos acusados: o magnata da imprensa Jimmy Lai, o vice-presidente do Alliance Hong Kong, Chow Hang-tung, e a jornalista Gwyneth Ho declararam-se inocentes.

As próximas sessões do julgamento foram marcadas para dezembro.

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