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Vacinas de 2º geração vão bloquear transmissão do vírus

Na semana que terminou Portugal chegou a atingir os 1816 casos de infeção por dia, como aconteceu no sábado, e os 15 mortos, como aconteceu no domingo. A incidência e o ritmo de transmissão mantêm a tendência de crescimento que vem a ser sentida desde há um mês e o número de internamentos em enfermaria e em cuidados intensivos também. Os alarmes voltaram a soar, sobretudo por causa da época natalícia que se aproxima. E ao DN, o imunologista e professor catedrático da Faculdade de Medicina de Coimbra, Manuel Santos Rosa, defende ser preciso colocar de lado o conceito de imunidade de grupo.”Já deveríamos ter percebido que, embora as vacinas atuais sejam muito importantes na redução da doença grave e nas mortes, não criam imunidade de grupo”. Portanto, na sua perspetiva, “o que é preciso dizer aos portugueses é que tenham um pouco mais de paciência e continuem a lutar contra o vírus com as medidas de proteção individual”.

Para o especialista em vacinas, “é só preciso ganhar mais algum tempo ao vírus, até aparecerem as vacinas de segunda geração, que já estão a ser desenvolvidas no sentido de serem bloqueantes da transmissão”. “Só nesta altura, poderemos respirar de alívio e vencer esta batalha”, diz, reforçando que as atuais vacinas “são extremamente úteis e temos de as usar ao máximo”, porque “são a maior arma que temos”. No entanto, sublinha, que a estas é fundamental juntarem-se as medidas de proteção individual e os antivirais para combater a doença, alguns já aprovados nos EUA e outros em fase de aprovação na Europa, e que, obviamente, “ajudarão a tratar a doença naqueles que ficarem infetados”.

Na conversa com o DN, o médico aproveita para referir que considera ter sido “um erro o alívio de algumas das medidas de proteção individuais”, exemplificando com alguns eventos sociais, como o caso de concertos, onde se veem muitas pessoas sem máscara – ou, como referiu ontem a diretora-geral da Saúde, o caso do jogo da seleção contra a Sérvia em que esse também foi um comportamento que se destacou.

Mas não só. Manuel Santos Rosa refere ainda os períodos de convívio em restaurantes e em outros locais com lotação cheia e “sem o distanciamento adequado”. Apesar de tudo isto, o médico não acredita ser necessário que o país avance em breve para novas medidas muito restritivas, até porque “a economia já sofreu bastante e ninguém quer que sofra mais”.

“As pessoas têm de viver. Ninguém quer também a redução no número de pessoas nos restaurantes ou nos outros locais, mas é preciso manter as regras de distanciamento e uma boa ventilação”, senão, a continuarmos assim, corremos o risco de viver situações como as de outros países europeus. Na sua opinião, Portugal não está fora de um cenário destes e se “há países que drasticamente estão a regressar às medidas restritivas é porque estão muito preocupados com a evolução da pandemia”.

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