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Indígenas ganham vitrine, voz e fundos inéditos na COP26

Após serem ignoradas por décadas nos debates e compromissos das conferências climáticas, comunidades indígenas se associaram em coalizões e pela primeira vez conquistaram espaço nas mesas de discussão.

Na COP26, que começou nesta segunda (1º) em Glasgow, líderes indígenas e os chamados “detentores do conhecimento tradicional” ganharam voz em painéis que antes eram limitados a cientistas e ativistas.

“É bastante significativo que o Reino Unido tenha usado sua presidência da COP para elevar a importância dos povos indígenas e comunidades locais na proteção das florestas, incluindo-os na Cúpula de Líderes Mundiais”, diz Kevin Currey, responsável por Programa, Recursos Naturais e Mudanças Climáticas da Fundação Ford.

Uma delas foi a paiter-suruí Txai Suruí, de 24 anos, que discursou em inglês na abertura da conferência na presença de líderes como o premiê britânico, Boris Johnson. A rondonense defendeu a participação dos povos indígenas nas decisões da cúpula do clima.

Para o presidente da Fundação Ford, Darren Walker, as comunidades souberam reagir ao silêncio que lhes era imposto: “Havia um paternalismo dos líderes globais, que ignoravam esses povos. Isso os uniu e permitiu que eles construíssem poder e abrissem caminho”. Ele diz que a COP26 é “um momento histórico” na atuação política indígena.

“Finalmente será dado poder e um lugar à mesa para as pessoas que são essenciais para a solução da crise climática. Um novo paradigma está surgindo e vamos ouvi-lo alto e bom som em Glasgow”, afirmou.

Além de influência política, os PICLs, como são chamados entre os ativistas, ganharam também mais autonomia para gerir diretamente recursos destinados à conservação das áreas em que vivem.

Nesta segunda (1º), os governos do Reino Unido, EUA, Alemanha, Noruega e Holanda encabeçaram uma promessa de ao menos US$ 1,7 bilhão (quase R$ 10 bilhões) que serão usados pelos PICLs para proteger seus territórios. Fundações como Ford, Rainforest Trust, Bezos Earth Fund, Arcadia, Bloomberg Philanthropies, Sobrato Philanthropies e Wyss Foundation também contribuem.

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