Início » Delta já originou 32 novas variantes e vão aparecer mais

Delta já originou 32 novas variantes e vão aparecer mais

Em Portugal, o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) já analisou quase dez mil sequências da variante Delta, desde que esta entrou no nosso país no início do ano. E detetou que, até este momento, já se dividiu em 32 subvariantes.

Até agora, nenhuma tinha sido classificada de “interesse”, mas, em setembro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou os países para uma nova subvariante identificada em Israel e que já se estava a desenvolver com evidência epidemiológica no Reino Unido, na Rússia e em muitos outros países, pedindo que fosse feita a monitorização do seu desenvolvimento e que se atuasse em consonância.

Trata-se da subvariante AY.4.2, a qual já fez as autoridades britânicas, um mês depois deste alerta, recomendar, nesta semana, ao governo de Boris Johnson que estude a possibilidade de introduzir na sociedade novas restrições. O objetivo é conter a transmissibilidade, já que os casos de covid-19 voltaram a disparar nas duas últimas semanas, apesar da taxa elevada de população vacinada (ontem o Reino Unido registou 52 009 novos casos, o número mais elevado desde 17 de julho).

Até ao momento, nenhuma entidade científica veio confirmar que esta subvariante da Delta, que continua a ser dominante no mundo, possa ser tanto ou mais contagiosa, tanto ou mais resistente às vacinas existentes do que as suas antecessoras, a Alpha e a Delta. “É muito, muito cedo”, referiu ontem o investigador em biologia molecular e responsável da Unidade de Investigação e Desenvolvimento do Departamento de Doenças Infecciosas do INSA, João Paulo Gomes, sublinhando que vai ser necessário “esperar várias semanas para se perceber se o impacto epidemiológico que parece estar a ter no Reino Unido terá reflexos ou não em outros países”.

Contudo, o investigador do INSA reforça que anteriormente também já foram dados outros “pequeninos alertas com outras pseudovariantes” que apareceram, mas que depois não deram em nada. Por agora, refere, “podemos estar descontraídos, mas vamos estar naturalmente atentos ao evoluir da situação”.

Desde abril de 2020 que o INSA faz estudos de diversidade genética do novo coronavírus SARS-CoV-2. Nas últimas duas semanas os resultados apontam ainda a Delta como sendo a predominante no nosso país, com uma frequência de 100%.

No entanto, e como explica o instituto em informação disponibilizada ao DN, os estudos vão continuar a ser feitos, embora agora mais assentes em amostragens semanais, mas de amplitude nacional, porque o objetivo continua a ser o de mostrar como o novo coronavírus está a evoluir, até dentro da própria variante Delta.

Em relação a esta nova subvariante AY.4.2, João Paulo Gomes referiu que até agora foram registados apenas uma dezena de casos, na sua maioria associados ao Reino Unido, o que é explicável devido ao turismo e à mobilização profissional e até de migrantes de e para aquele território.

Embora o aparecimento de novas subvariantes ou de sublinhagens seja normal no mundo dos vírus, os especialistas sublinham que, e apesar de vacinados, os cuidados de proteção individual continuam a ser necessários, porque, na verdade, e embora pareça que a pandemia está a acalmar, “ainda ninguém pode afirmar com certezas qual o caminho que vai tomar”, explicaram ao DN.

Leia mais em Diário de Notícias

Contate-nos

Meio de comunicação social generalista, com foco na relação entre os Países de Língua Portuguesa e a China

Plataforma Studio

Newsletter

Subscreva a Newsletter Plataforma para se manter a par de tudo!