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Principal partido pró-democracia de HK ausente das legislativas

Lusa

O mais importante partido pró-democracia de Hong Kong estará ausente das eleições legislativas de dezembro próximo, uma vez que nenhum dos seus membros se inscreveu para tal antes do final do prazo, marcado para ontem

Na prática, refere a agência noticiosa France-Presse (AFP), a não inscrição de qualquer dirigente do Partido Democrático (PD) de Hong Kong, mesmo da ala mais moderada da força política, significa que vai boicotar a votação.

O PD está dividido sobre se continuará a participar no jogo eleitoral, à medida que as autoridades reprimem os dissidentes desde os grandes e violentos protestos pró-democracia de 2019. 

Hoje à noite, hora local, o partido indicou que nenhum de seus membros é candidato.

Um deles, o ativista chinês Han Dongfang, que vive em Hong Kong desde 1993, tinha anunciado a intenção de se apresentar, mas não conseguiu reunir apoios suficientes dentro do partido.

A decisão, refere a AFP, constitui um revés para o Governo de Hong Kong, que tem afirmado que o território independente do sudeste da China mantém a pluralidade política, mesmo com muitas figuras da oposição presas e proibidas de se candidatar às eleições.

O partido pró-democracia não participará nas legislativas porque, no início do ano, Pequim impôs em Hong Kong um novo sistema político, em que todas as pessoas que concorrem a cargos públicos têm de ver confirmadas a lealdade política, devendo também obter uma autorização que garante não representarem uma ameaça à segurança nacional.

A reforma também limitou a menos de um quarto o número de membros do Conselho Legislativo da cidade a serem eleitos diretamente.

Os restantes são nomeados por um comité eleitoral escolhido por Pequim ou por grupos de interesses ligados a governantes pró-chineses.

Pequim afirmou recentemente ser “sensível” a algo que possa lançar dúvidas sobre o novo sistema “reservado a patriotas”, e advertiu que qualquer pessoa que incentive o boicote às eleições será processada. 

A Lei de Segurança Nacional da China, imposta mais recentemente, em junho, criminalizou grande parte da dissidência de Hong Kong.

Tendo em conta a lei, o Partido Democrático, que garantira em setembro um lugar de conselheiro no Governo chinês, poderá enfrentar um processo por se recusar a apresentar candidatos.

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