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O último surto em Macau envolveu uma série de trabalhadores não residentes. Primeiro um segurança nepalês, e agora um trabalhador do Vietname. A investigação epidemiológica destes pacientes é muitas vezes dificultada pela barreira linguística.
A maioria dos imigrantes em Macau vêm de Mianmar, Vietname, Nepal e Filipinas, tendo uma vida normal dentro das suas respetivas comunidades. Porém, caso estes cidadãos acabem por ser infetados, é difícil para as autoridades de saúde explicar-lhes as devidas medidas de tratamento e analisar o seu percurso. Quantos talentos capazes de traduzir estas línguas existem em Macau?
Não falando português ou chinês, os trabalhadores apenas têm acesso a informação através de dois jornais locais e das notícias da TDM em inglês. Na página de Facebook da TDM em português (onde também se publica as notícias em inglês), vemos muitas vezes comentários em vietnamita ou filipino.
Contudo, Macau parece estar a ignorar estes talentos. O Governo tem promovido o ensino de língua portuguesa e oferecido bolsas a alunos de Macau para estudarem português, inglês, japonês ou coreano na Universidade de Estudos Estrangeiros de Pequim (BFSU, na sigla inglesa) e na Universidade de Estudos Internacionais de Xangai (SISU, na sigla inglesa). Estas universidades oferecem também cursos de filipino, vietnamita e birmanês, mas não têm qualquer aluno de Macau inscrito.
As oportunidades para estudar estas línguas são escassas, mas a sociedade precisa destes talentos, principalmente porque temos um grande número de imigrantes asiáticos em Macau.
*Editor chinês do PLATAFORMA