Irão admite voltar às negociações antes do início de novembro

por Filipa Rodrigues
Lusa

O Irão está a considerar retomar antes do início de novembro as negociações com as grandes potências para relançar o acordo nuclear, suspenso desde junho, disse hoje o Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano em Teerão

O Irão poderá voltar às negociações antes de novembro. Quem o disse foi o porta-voz do ministério, Said Khatibzadeh, quando questionado numa conferência de imprensa sobre o que o Irão queria dizer com “muito em breve”, uma expressão usada pelo novo ministro dos Negócios Estrangeiros, Hossein Amir-Abdollahian, no final de setembro, e por outras autoridades iranianas.

Khatibzadeh disse que este reinício não levará mais de 90 dias desde o dia da posse do Presidente iraniano, Ebrahim Raissi, 03 de agosto, o que significa antes do início de novembro.

Por 90 dias, o porta-voz iraniano referia-se ao período entre a tomada de posse do Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Joe Biden, em 20 de janeiro, e o início das conversações nucleares em 15 de abril, em Viena.

“Penso que não vamos demorar o mesmo tempo que a administração Biden levou [para negociar] em Viena. Penso que [o regresso dos negociadores iranianos] não levará 90 dias, contados a partir da tomada de posse” de Raissi, disse Khatibzadeh.

Concluído em 2015, o acordo nuclear ofereceu ao Irão o levantamento de algumas sanções ocidentais e das Nações Unidas em troca do seu compromisso de nunca adquirir armas atómicas e de uma redução drástica do seu programa nuclear, colocado sob rigoroso controlo da ONU.

Após a retirada unilateral dos EUA do acordo em 2018, sob a presidência de Donald Trump, Teerão abandonou gradualmente a maior parte dos seus compromissos.

As conversações de Viena, nas quais os EUA estão indiretamente envolvidos, visam, ao mesmo tempo, reintegrar Washington no acordo e assegurar que o Irão cumpre os seus compromissos de não adquirir armas nucleares.

O acordo de 2015 foi assinado entre o Irão e os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, China, Rússia, França e Reino Unido) e a Alemanha.

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