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A “princesa da Huawei” regressou a casa como heroína

Diretora financeira da empresa chinesa foi presa no Canadá em dezembro 2018, a pedido dos EUA que a acusavam de fraude

Meng Wanzhou, diretora financeira da Huawei, foi recebida como uma heroína, com direito a passadeira vermelha e uma multidão a aguardá-la no aeroporto de Shenzhen. Quase três anos depois de ser detida no Canadá, a pedido dos EUA que a acusavam de fraude e queriam a sua extradição, estava de volta à China. Ao mesmo tempo, dois canadianos acusados pelos chineses de espionagem iam a caminho de casa. Para os críticos, Canadá e EUA cederam à diplomacia de reféns da China. Para Washington, Pequim fez de propósito para parecer que em causa estava uma decisão política e não meramente judicial. Mas os chineses alegam que as libertações dos canadianos ocorreram por “motivos de saúde”.

O caso que gerou uma crise diplomática entre a China e o Canadá (e os EUA) começou em dezembro de 2018, quando a “princesa da Huawei” foi detida no aeroporto de Vancouver. Além de diretora financeira da gigante de telecomunicações chinesa, Meng é filha do fundador da empresa, Ren Zhengfei, e da sua primeira mulher, Meng Jun.

Quando o avião vindo de Hong Kong aterrou em Vancouver, onde a empresária de 49 anos tem duas casas, Meng tinha previsto seguir viagem para uma reunião corporativa no México. Mas foi travada pelos agentes fronteiriços que a questionaram durante três horas, antes de a deixar entrar no país. Nessa altura foi detida pela polícia canadiana, que respondeu a um mandado de captura internacional que tinha sido emitido por um tribunal de Nova Iorque em agosto.

Os EUA acusavam Meng de mentir ao banco HSBC sobre a relação da Huawei com a Skycom, uma empresa de Hong Kong de equipamento de telecomunicações alegadamente usada como uma fachada para fazer negócios com o Irão. Ao omitir essa informação, a executiva colocava o banco em risco de violar as sanções norte-americanas contra Teerão. Foi também acusada de fraude bancária. Meng sempre negou os crimes, alegando que a empresa tinha sido vendida em 2009, e seguiu-se uma longa batalha legal para evitar a sua extradição para os EUA.

Esta detenção ocorreu em plena guerra comercial entre a China e os EUA, e numa altura em que Washington procurava também conter a Huawei – alegando que a proximidade com o governo chinês deixa os seus telemóveis vulneráveis a espionagem. Em maio de 2019, o presidente norte-americano Donald Trump acabaria por banir a Huawei da rede de comunicações dos EUA. A China sempre defendeu por isso que as acusações contra Meng eram “fabricadas”.

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