Depois da exposição no Museu Berardo, em Lisboa, o trabalho do colectivo YIIMA, composto pelos artistas Guilherme Ung Vai Meng e Chan Hin Io, representará Macau na Bienal de Veneza 2022. João Miguel Barros será o curador e tentou transportar as memórias captadas pelo colectivo em sonhos
A notícia surpreendeu João Miguel Barros, fotógrafo e advogado, mas deixou-o sobretudo satisfeito pelo enorme reconhecimento que contém. O trabalho do colectivo YIIMA, de Guilherme Ung Vai Meng e Chan Hin Io, exposto em Lisboa em 2019, vai representar Macau na Bienal de Veneza de 2022, mas desta vez com o nome de “A Alegoria dos Sonhos”.
Esta foi a forma que o seu curador, João Miguel Barros, encontrou para ajustar um trabalho que captou as memórias sócio-culturais de Macau e que tem agora de responder à temática da Bienal, “The Milk of Dreams”.
As obras do colectivo YIIMA, constituídas essencialmente por fotografias, em que Ung Vai Meng e Chan Hin Io encarnam a figura de anjos, estiveram expostas, pela primeira vez, no Museu Berardo, mas a adaptação foi agora essencial.
“Quisemos construir uma história que tivesse correspondência com a realidade”, contou João Miguel Barros ao HM. “O trabalho deles ajusta-se muito a este projecto do sonho, porque há sempre dois anjos nas cenas que produzem uma memória e um tempo que querem registar. Com esta alegoria quisemos construir uma ponte entre Macau e Veneza, em que Macau é o ponto de partida e Veneza o ponto de chegada.”
Neste universo comunicacional, o ponto de partida é a “vivência cultural dos lugares e das pessoas, as memórias”, enquanto que a chegada é feita através de um sonho. Veneza passa então “a ser o testemunho de toda esta carga de memória e do património”.
O desafio, segundo João Miguel Barros, passa agora pela instalação e montagem, sujeitos a restrições de espaço, uma vez que no local arrendado pelo Governo de Macau não é possível usar as paredes.
Leia mais em Hoje Macau