Golpe militar em Conacri “para liberdade ao povo”

por Gonçalo Lopes

Comandante das forças especiais insurgiu-se contra deriva autoritária do país e promete transição pacífica.

Meio mundo protestou pelo golpe militar realizado no domingo à noite em Conacri, que culminou com a detenção do presidente Alpha Condé, mas milhares de pessoas saíram às ruas da capital da República da Guiné, apesar da condenação internacional, para expressar apoio aos golpistas.

Celebrações nas ruas de Conacri, capital da Republica da Guiné, país vizinho da Guiné-Bissau.
Celebrações nas ruas de Conacri, capital da Republica da Guiné, país vizinho da Guiné-Bissau.© EPA

O país de 13 milhões de habitantes, apesar das riquezas naturais, mantém-se como um dos mais pobres, e a degradação do ambiente económico e político, este último devido à mudança da Constituição para Condé poder concorrer a um terceiro mandato, terão desencadeado mais um golpe em África, depois do ocorrido no Mali, embora, segundo a AFP, os diplomatas e os meios de comunicação locais afirmaram que um dos fatores subjacentes ao golpe pode ter sido um confronto com o governo sobre o controlo do Ministério da Defesa sobre as forças especiais.

O tenente-coronel Mamady Doumbouya, o líder do golpe na Guiné, é o comandante das forças especiais, um militar que recebeu educação superior em França e que serviu em tempos na Legião Estrangeira francesa. Ontem, Doumbouya convocou com caráter de obrigatoriedade os ministros e outros titulares de órgãos dissolvidos pela força das armas. Doumbouya comprometeu-se a supervisionar uma “transição inclusiva e pacífica”, prometeu que não iria executar uma caça às bruxas e deu um sinal às empresas que operam no país, em especial as da indústria mineira, para continuarem.

“Houve muitas mortes por nada, muitos feridos, muitas lágrimas”, disse em referência à repressão sangrenta de Condé contra os protestos que eclodiram devido ao adiamento das eleições legislativas e ao referendo para acabar com a limitação de mandatos do presidente, que teve lugar em março de 2020. Dezenas de pessoas morreram durante os protestos.

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