Depois de um período de possível cancelamento, os Jogos Olímpicos de Tóquio finalmente começaram. No entanto, fora dos estádios, a situação parece não ser a melhor. Como já era esperado, foram registados vários casos positivos na aldeia olímpica, e o número de infetados em Tóquio também continua a aumentar, deixando a população japonesa receosa. No final de contas, depois de os atletas abandonarem o país, o vírus fica, e cabe ao Japão lidar com as suas consequências. Com o fim do verão chegará o outono, e depois o inverno, resultando num novo surto tal como aconteceu no ano passado, só que desta vez será claramente uma tragédia de causa humana.
Dentro da arena desportiva, 25 anos depois, Cheung Ka Long, atleta de esgrima de Hong Kong, segue os passos de Lee Lai-shan, vencendo a medalha de ouro e trazendo glória à região após anos de desânimo. Macau também está contente com esta vitória de Hong Kong.
Ao longo da última década, desde o protesto contra a educação nacional, o Umbrella Movement, o protesto contra o projeto de lei de extradição até à implementação da Lei de Segurança Nacional, a situação política da região tem vivido tempos instáveis. O desenvolvimento da cidade tem estado repleto de caos, insegurança e até uma onda de emigração da classe alta, com vários jovens a perderem a esperança no futuro da cidade.
Grandes eventos desportivos internacionais são uma oportunidade importante para a coesão social e solidariedade pública. O jovem Cheung Ka Long já era conhecido no circuito desportivo de Hong Kong como o “jovem deus da espada”, e agora é um deus olímpico que representou a sua cidade e fez desaparecer o desânimo social. Trouxe alguma esperança à juventude, que agora acredita que possui forças para continuar.
Esperemos que esta honra olímpica traga uma nova vida a Hong Kong, restaurando o ânimo e esperança da população, tirando-nos desta soturnidade.
*Diretor-Executivo do PLATAFORMA
