Apenas um terço da população timorense confia nos cuidados adequados do Governo na pandemia da Covid-19, ainda que a maioria considere que o executivo tem feito um bom trabalho, indicou uma sondagem da Asia Foundation
No entanto, a confiança na ação do Governo continua a cair, passando de 75% em dezembro para 60% em maio, de acordo com o estudo, conduzido em maio e divulgado esta semana.
Pela primeira vez, desde maio de 2020, quando estas sondagens começaram a ser feitas, a maioria dos inquiridos (52%) considera que “Timor-Leste não está a ir na direção certa”.
A sondagem mensal da Asia Foundation envolveu consultas a 404 pessoas, recolhidas entre 01 e 08 de maio, numa altura em que o país vivia o maior pico de casos desde o início da pandemia, com 1.315 casos ativos e o 14.º período do estado de emergência.
Questionados sobre que medidas o Governo devia tomar para apoiar a população, 47% defendeu o fim das cercas sanitárias, 44% o fim do estado de emergência e 33% o fim de confinamentos obrigatórios.
Os participantes consideraram a covid-19 a questão mais preocupante da atualidade no país (87%), acima da economia (6%) e da política (5%).
Preocupante é o dado sobre a situação das famílias, com 74% a indicarem a necessidade de cortar ou de saltar uma refeição por não terem dinheiro suficiente para comer, o valor mais alto desde que as sondagens começaram a ser feitas em maio de 2020.
Quase dois terços referiram conflitos na zona de residência, com “abandono, roubo ou ataques físicos” a serem as causas mais apontadas. Desde o início da pandemia, a ação de grupos de artes marciais e disputas sobre terras são consideradas as “maiores ameaças”.
No que toca à vacinação, a maioria (52%) disse aprovar o plano de vacinação, com 34% sem opinião e 10% a discordarem.
Ainda assim, só 37% consideraram a vacina segura e 41% afirmaram que a vacina será segura a longo prazo.
Cerca de 43% dos sondados disseram querer tomar a vacina assim que for possível, 16% quando puderem, enquanto 12% afirmaram que preferem “esperar para ver” e 9% declararam que não vão tomar.
Os dados mais recentes divulgados pelo Centro Integrado de Gestão de Crise (CIGC) mostraram que, nas últimas 24 horas, foram identificados seis casos de covid-19 no país, com 45 recuperados e o número de casos ativos a baixar para 656.
Nas últimas 24 horas, as autoridades realizaram um total de 365 testes.
Atualmente, há casos ativos em todos os municípios e na Região Administrativa Especial de Oecusse-Ambeno (RAEOA), com exceção para Manatuto e Manufahi, sendo Ermera (com 96 casos) a região com maior número de infeções ativas depois de Díli (337).
Desde o início da pandemia, Timor-Leste registou um total de 10.354 casos e 26 mortes.
Até agora, a primeira dose da vacina foi administrada a 267.673 pessoas (35,4% da população com mais de 18 anos) em todo o país, sendo que 80.677 (10,6%) já têm a vacinação completa.
Em Díli, 129.228 pessoas (60,4%) já têm a primeira dose e 67.573 (31,6%) completaram a vacinação.
O Parlamento Nacional está a debater a renovação do estado de emergência no país por mais 30 dias.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 4.163.235 mortos em todo o mundo, entre mais de 194,1 milhões de casos de infeção pelo novo coronavírus, segundo o balanço mais recente da agência France-Presse.
Em Portugal, desde o início da pandemia, em março de 2020, morreram 17.301 pessoas e foram registados 954.669 casos de infeção, segundo a Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil e Peru.