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Exportações de tabaco do Brasil para a China aumentaram sete vezes desde os anos 90

As exportações de tabaco do Brasil para a China aumentaram quase sete vezes desde o final dos anos 90, impulsionadas pela China Brasil Tabacos Exportadora SA (CBT), de acordo com uma nova investigação. 

Oficialmente lançada em 2014, a CBT é uma empresa conjunta entre filiais locais da empresa estatal China National Tobacco Corporation (CNTC) e a americana Pyxus International Inc. (antiga Alliance One International) , uma gigante global no comércio de folhas de tabaco que mudou o seu nome em 2018, de acordo com a pesquisa da OCCRP e The Intercept. 

Sendo o segundo maior produtor mundial de tabaco, o Brasil é um país importante para a expansão global da CNTC. Numa declaração de 2015, o diretor-geral da CNTC na altura, Ling Chengxing, salientou o sucesso da sua “empresa brasileira”. Ling citou-a como uma estratégia a imitar noutros países como parte do impulso da CNTC para “se tornar global”, que ligou à iniciativa Faixa e Rota, o plano ambicioso da China para desenvolver o seu comércio e infraestruturas no estrangeiro. 

A informação financeira publicada pela CBT no mês de abril divuldou um grande crescimento. A empresa declarou um lucro de 97.560.000 reais (18,8 milhões de dólares), sendo que no anterior lucrou cerca de 55 milhões de reais. “Hoje é uma das maiores empresas do setor no Brasil”, disse Roque Danieli, auditor fiscal agrícola do Ministério da Agricultura brasileiro. 

Em 1997, a China importou tabaco brasileiro no valor de 12 milhões de dólares. Em 2019, a China representava mais de 19 por cento das exportações de tabaco do Brasil, avaliadas em quase 386 milhões de dólares. 

Segundo a OCCRP, o grande aumento começou pouco tempo depois de a CNTC ter entrado no Brasil, em 2002, criando a China Tabaco Internacional do Brasil para comprar a folha de tabaco. A partir do início da década de 2010, através do empreendimento conjunto com a Alliance, a China Tabaco conseguiu assegurar um abastecimento direto através da assinatura de contratos com agricultores brasileiros. 

Os grandes produtores de tabaco brasileiros têm um poderoso incentivo económico para explorar o mercado chinês, o maior do mundo. O aumento das exportações de tabaco brasileiro para a China durante os anos 2000 coincidiu com a diminuição da procura de cigarros no mercado domésticos e noutros países, exercendo pressão sobre os produtores e corretores. 

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