O novo presidente do governo tibetano exilado disse na quinta-feira que fará o possível para retomar o diálogo com a China e que uma visita do Dalai Lama ao Tibete pode ser o melhor passo nesse sentido.
O líder espiritual budista “expressou o seu desejo de ir ao Tibete, à sua cidade natal, Lhasa, e a alguns outros lugares, dependendo de sua condição física”, disse Penpa Tsering em entrevista à The Associated Press.
O Dalai Lama mora na cidade de Dharmsala, no norte da Índia, onde está sediado o governo exilado.
Penpa Tsering disse que o Dalai Lama está ansioso para resolver a disputa entre a China e o Tibete e “não deixará pedra sobre pedra” para o conseguir.
A China não reconhece o governo tibetano no exílio e não mantém negociações com representantes do Dalai Lama desde 2010.
Pequim acusa o líder budista de tentar separar o Tibete da China, o que ele nega. Penpa Tsering apoia a posição do Dalai Lama.
Penpa Tsering, o ex-presidente do parlamento no exílio do Tibete, foi empossado no mês passado como presidente em Dharmsala, onde o Dalai Lama vive desde que fugiu do Tibete após uma revolta fracassada contra o domínio chinês, em 1959.
Segundo o novo presidente, a China deve adotar “uma abordagem intermediária” que dará autonomia aos tibetanos, permitindo-lhes proteger sua cultura e língua, sem independência total.
“Isso pode trazer algum impulso aos contactos ou negociações entre os dois lados”, disse.
Penpa Tsering criticou fortemente a China por restringir a cultura e a língua tibetanas, que disse serem a base do budismo tibetano.
Formado em 1959, o governo no exílio – agora designado Administração Central Tibetana – inclui as áreas do executivo, do judicial e do legislativo.
A China considera que o Tibete é parte integrante do seu território desde o século XIII, e o Partido Comunista governa esta região do Himalaias desde 1951.
No entanto, a maioria dos tibetanos considera que foram independentes durante um longo período histórico e que o Governo chinês pretende explorar os ricos recursos da região e extinguir a sua identidade cultural.
A Índia considera o Tibete parte da China, apesar de acolher os exilados tibetanos