Vacinação traz a essência humana ao de cima

por Filipa Rodrigues
David ChanDavid Chan*

A recente pandemia tem afetado em grande medida toda a economia mundial. Com as várias mutações do vírus e a repetição de surtos em algumas partes do globo, os governos aceleram também os processos de vacinação numa corrida à imunização de grupo.

Atualmente a China é o maior fornecedor de vacinas para países em desenvolvimento. No entanto, tem sido alvo de crítica dos EUA, o país com a maior reserva de vacinas, que a acusa de desenvolver a diplomacia com a oferta de vacinas a diferentes países.

Apesar de se recusarem a aceitar as reprovações internacionais no que diz respeito à acumulação, os EUA acabaram por anunciar que iriam doar 10 milhões de doses à Organização Mundial de Saúde, salientando que a instituição precisa de seguir o respetivo plano de vacinação. O governo americano, quando anunciou esta doação, afirmou não saber a data exata para a entrega, tal como aconteceu o ano passado, quando o país partilhou uma doação de 100 milhões de dólares para ajudar a China a combater o vírus, que até hoje, mais de um ano depois, ainda não foi enviada.

Felizmente, a China não precisa destes 100 milhões para lutar contra a pandemia. O país tem até ajudado outros com falta de equipamentos médicos e vacinas, como a Índia no início deste ano. O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês já ofereceu auxílio ao país três vezes, com o presidente chinês Xi Jinping a manifestar a disponibilidade para ajudar a Índia dentro dos possíveis.

O embaixador chinês em Brasília explicou ao presidente Jair Bolsonaro, conhecido como o “Trump da América Latina” e que tem repetidamente criticado as vacinas chinesas, as razões do atraso na entrega dos materiais necessários para produção das vacinas ao Brasil: os elevados níveis de procura global destes materiais influencia a exportação, estando assim a entrega a ser reavaliada.

Quando as vacinas se transformaram num bem altamente procurado, os EUA anunciaram que iriam apoiar a abdicação de direitos de propriedade intelectual sobre as vacinas americanas, numa tentativa de criar pressão sobre as vacinas e exportações chinesas. Todavia, acabaram por proibir a exportação das matérias-primas necessárias para esta produção. A promessa dos direitos de propriedade intelectual perde assim todo o valor, visto que a maioria dos países em desenvolvimento atualmente não possui forma de produzir estas vacinas.

A China ainda não tomou uma posição clara em relação a esta questão, no entanto, continua a ajudar países como o Egito, Emirados Árabes Unidos e o Brasil a produzir vacinas através da transferência de tecnologia e cooperação. Na semana passada, o país assinou ainda um acordo de cooperação para produção de vacinas com a Indonésia.

A China, por estar disponível a ajudar tantos países, especialmente aqueles em desenvolvimento (como a Índia ou o Brasil), sem qualquer retorno, é muitas vezes mal interpretada ou criticada. Esta atitude da China não parte da estupidez, mas sim da empatia, compaixão e amor de um povo. Os mais puros sentimentos da humanidade.

*Editor Senior

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