Mercado do carbono rende cerca de mil milhões à indústria portuguesa

por Guilherme Rego

Entre 2008 e 2019, atribuição gratuita de licenças de carbono permitiu lucros de 50 mil milhões de euros, denuncia relatório divulgado pela associação não governamental Carbon Market Watch.

A atribuição gratuita de licenças de emissão de gases com efeito de estufa permitiu lucros especulativos de 50 mil milhões de euros à indústria de uso intensivo de energia na Europa, revela um relatório divulgado esta segunda-feira.

Segundo o documento, esse lucro refere-se ao período entre 2008 e 2019. Na mesma altura, a indústria portuguesa teve lucros suplementares no mercado de carbono de quase mil milhões de euros.

O relatório foi feito pela consultora ambiental independente holandesa CE Delft e divulgado pela organização não governamental “Carbon Market Watch”, com sede em Bruxelas e presente em mais de 60 países, que tem como missão assegurar que o preço do carbono e outras políticas climáticas reduzem a poluição e levam a uma transição justa.

A “Carbon Market Watch” tem a associação ambientalista portuguesa Zero como parceira, que em Portugal divulgou hoje o relatório sobre o aproveitamento das empresas do Comércio Europeu de Licenças de Emissão (CELE).

O CELE, como explica a Agência Europeia do Ambiente na sua página oficial, é um mecanismo de regulação das emissões de gases com efeito de estufa (GEE) em atividades que são responsáveis por cerca de 45% das emissões de GEE na União Europeia (como queima de combustíveis, refinação de óleos minerais, metalurgia, cerâmica ou pasta de papel, entre outros).

O CELE define limites de emissão de GEE e permite que as empresas negoceiem entre si as licenças emitidas, dentro do limite global atribuído. Uma empresa que reduza as suas emissões de GEE pode usar as licenças em excesso para cobrir as suas necessidades futuras ou vendê-las para que sejam usadas em outras instalações.

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