O Ministério da Saúde, durante a gestão do general da ativa Eduardo Pazuello, firmou contratos sem licitação com empresas para reformar prédios antigos e usou a pandemia como justificativa para considerar as obras como urgentes. Os indícios de fraudes foram revelados por uma reportagem do Jornal Nacional, nesta terça-feira (18).
Em novembro de 2020, gestores da pasta no Rio de Janeiro, nomeados pelo então ministro Pazuello, decidiram investir recursos públicos em um galpão para guardar arquivos, e sem licitação. Meses antes, o ex-ministro havia reforçado a presença dos militares na Superintendência Estadual do ministério no Rio ao nomear o coronel da reserva George Divério para o cargo máximo. Antes disso, ele dirigia uma fábrica de explosivos.
Em novembro, de acordo com o JN, Divério autorizou duas contratações sem licitação que somam quase R$ 30 milhões. Só para a reforma dos galpões na zona norte do Rio, seriam gastos quase R$ 9 milhões.
A empresa contratada para a reforma, LLED Soluções, possui dois sócios envolvidos em um escândalo de contrato com as Forças Armadas, que eram donos de uma outra empresa, CEFA-3, que fornecia material de informática para a Aeronáutica, em 2007. Uma investigação apontou que os materiais vendidos não foram entregues, numa fraude aos cofres públicos de mais de R$ 2 milhões.
Um dos sócios chegou a ser condenado a prisão em terceira instância, mas ainda recorre em liberdade. A empresa está proibida de celebrar contratos com o governo federal por cinco anos, até 2022, mas os mesmos sócios abriram uma nova empresa, a LLED, para continuar com as transações com o governo, e ainda apresentam as Forças Armadas como seus principais clientes.
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