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Encontro entre Suga e Biden

David ChanDavid Chan*

O primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, inicia hoje uma visita aos Estados Unidos, marcando o primeiro encontro de Joe Biden com um líder internacional desde a posse.

Sendo Suga a primeira grande figura política internacional que Biden recebe na Casa Branca, esta ocasião é fundamental para o desenvolvimento dos laços entre os EUA e o Japão. Sendo assim, Suga encontrou-se com Shinzo Abe para que este partilhasse a respetiva experiência enquanto antigo chefe do Governo nipónico.

Após a reunião, Abe afirmou que Japão já ocupa a linha da frente no confronto entre os EUA e a China, e mesmo que o país nem sempre assuma uma posição equilibrada, todos devem estar preparados para a escolha clara que acabará por fazer. Posteriormente, Suga partilhou um comunicado onde explicava que a China, como grande potência, tem de assumir a responsabilidade pelo impacto ambiental que causa, acrescentando mais tarde que o país irá trabalhar com os EUA para ajudar a apaziguar a relação da China com Taiwan.

Suga afirmou que o Japão vai usar a “força de dissuasão”, juntamente com os EUA, para criar um ambiente onde os conflitos com Taiwan possam ser resolvidos de forma pacífica.

Este discurso marca também a primeira vez que um primeiro-ministro japonês intervém publicamente na questão de Taiwan. Ao longo deste ano a atitude japonesa em relação a Taiwan tem vindo a mudar. Inicialmente, o país afirmou que não se iria envolver nesse conflito, mesmo no caso de algum confronto entre a China e os EUA na região, fornecendo apenas assistência logística.

Todavia, mais tarde afirmou não excluir a possibilidade de utilizar as Forças de Autodefesa para intervir na região e “proteger expatriados”. Quando a China reagiu a essa afirmação, Tóquio acabou por voltar a aliviar aquela posição, não só rejeitando a proposta de sanções à China pelo G7, como oferecendo-se para explicar e defender o lado chinês. Agora, Suga está mais uma vez a assumir uma atitude severa em relação a este tema.

A nova posição de Suga coincide, curiosamente, com a visita a Biden em Washington, com o Governo japonês a partilhar já a posição do país e dos EUA sobre a questão de Taiwan, não sendo a responsabilidade ambiental da China suficiente para negociar com Biden.

Antes de Suga partir para os EUA, o Secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, afirmou que seria um “erro grave tentar mudar o status-quo (de Taiwan) através da força”, e por isso o país está agora a tentar incentivar várias democracias ocidentais a impor sanções à China pelo alegado “trabalho forçado” em Xinjiang e está disposto a oferecer misseis de médio alcance ao Japão. Mas será que Suga irá aceitar?

*Editor Senior

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Meio de comunicação social generalista, com foco na relação entre os Países de Língua Portuguesa e a China

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