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Mudança de rumo

Johnson ChaoJohnson Chao*

O passado fim-de-semana foi marcado pelo Festival Cheng Ming. Durante este feriado nacional de 3 dias, um total de 102 milhões de pessoas viajaram por todo o país, mais de 90% dos valores do período pré-pandemia. A receita turística chegou aos 27,168 mil milhões de yuans, com os turistas internos espalhados por diferentes pontos turísticos.

A indústria do cinema também lucrou com o festival, com uma receita de bilheteira de 800 milhões de RMB, marcando um recorde para este período do ano. Será que estes números representam o regresso à normalidade?

Durante o período Cheng Ming, viajei até Nanquim e vi multidões nos pontos turísticos. As estações de metro estavam cheias, era possível encontrar filas de mais de 90 pessoas à espera de táxis e era difícil conseguir comprar até um bilhete de autocarro para uma visita a uma aldeia próxima. Se não fosse a imagem de ver toda a gente de máscara, pareceria uma visão de um mundo sem pandemia.

No entanto, a indústria do turismo em Macau parece ainda não ter recuperado. Durante os 3 dias do festival, a cidade recebeu aproximadamente 57 mil visitantes. Segundo o Jornal Ou Mun, vários guias turísticos têm criado excursões em pequenos grupos e aproveitado o uso de plataformas online e de vídeo para se promoverem, sem receber, porém, o resultado pretendido. Talvez a solução para trabalhadores da área do turismo em Macau seja a mudança.

Em Nanquim conheci um motorista de transporte privado online que durante a meia hora de viagem me explicou esta transformação. Costumava trabalhar entre Shenzhen e Hong Kong, “transportando bens” entre as duas cidades. Trabalhava então diariamente perto de 12 horas e recebia bem. Com os conflitos em Hong Kong em 2019 e o posterior encerramento das fronteiras devido à pandemia, foi obrigado a regressar a Nanquim e a trabalhar como condutor da plataforma Didi. Quando chegámos ao destino disse: “O que ganho agora num mês não chega ao que gastava em duas refeições em Hong Kong.”

A pandemia mudou a vida de todos, cabe-nos escolher como enfrentar a mudança.

*Editor da edição em chinês do Plataforma

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