Nem família nem carteira abençoada

por Filipa Rodrigues

Este ano o domingo de Páscoa e o festival Cheng Ming coincidiram no mesmo dia, e o Governo ofereceu cinco dias de feriado nacional remunerados, levando vários residentes a decidir viajar ou fazer compras.

Porém, por outro lado, o número de visitantes em Macau não tem aumentado, nem tem aumentado o nível de consumo dos locais. O mercado de consumo da cidade continua em baixo. Não têm sido registados novos casos de Covid-19 (exceção para um caso importado esta semana) e se ignorarmos os procedimentos de controlo de fronteiras e isolamento obrigatório, é como se a vida na cidade tivesse regressado à normalidade. O turismo e a indústria de jogo são há muito as duas grandes forças de Macau, representando grande parte da receita da cidade. Sendo assim, este decrescer no número de visitantes resulta num menor consumo em casinos e lojas, que consequentemente afeta diretamente a receita pública.

Como parte do plano de auxílio económico, o Governo tem promovido o turismo local e até viagens de helicóptero, na esperança de conseguir estimular a indústria turística. Estas medidas são completamente sustentáveis a curto prazo, porém será impossível suster toda esta indústria com dinheiro público a longo prazo, pois eventualmente serão esgotados todos os recursos.

Esperamos que o Governo e a indústria do turismo consigam criar medidas de cooperação com outras áreas que não sofreram tanto com a pandemia. Deve também ser oferecido tratamento preferencial a turistas já vacinados, facilitando o processo de visita a Macau por não-residentes. Mesmo que ao início não seja possível regressar aos números de turismo pré-pandemia, podemos pelo menos conseguir aumentar o rendimento de alguns negócios locais.

O capital é como o sangue de um mercado, apenas atraindo turistas a Macau é que se conseguirá criar um novo fluxo e circulação de capital, sem dependência em financiamento público e fazer renascer a economia local.

*Diretor Executivo do Plataforma

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