10º aniversário do Tohoku: Visita às ruínas da escola primária Okawa em Miyagi

10º aniversário do Tohoku: Visita às ruínas da escola primária Okawa em Miyagi

Por ocasião da passagem do 10º aniversário do sismo e tsunami de Tohoku, registados em 2011, os repórteres da agência Xinhua visitaram as ruínas da escola primária Okawa, na cidade de Ishinomaki, em Miyagi. Neste terreno vazio apenas restam destroços, contando a história do desastre que destruiu a cidade 10 anos atrás.

A 11 de março de 2011, um tsunami gigante, causado por um sismo na zona leste do Japão, invadiu a cidade, atingindo imediatamente o telhado da escola de dois pisos. Apenas sobreviveram 34 dos 108 alunos e 1 dos 11 docentes.

A escola estava situada a cerca de quatro quilómetros da foz do rio Kitakami, o maior em Tohoku, dotada de uma bela vista. Olhando para as paredes de pedra destruídas pelas ondas e a estrutura de aço exposta, podemos imaginar a miséria e desespero que o desastre causou 10 anos antes. Um letreiro indica que o terramoto ocorreu exatamente às 14 horas e 46 minutos do dia 11, e o tsunami atingiu a escola cerca de 51 minutos depois, às 15 horas e 37 minutos. O único professor que sobreviveu ao desastre contou que a escola estava designada como abrigo local, e que após o terramoto os professores disseram aos alunos para deixar o edifício e ficar à espera de ajuda no recreio. A evacuação só começou depois de a escola receber um alerta de tsunami, porém, metade acabou por ser atingida pelas ondas. O tsunami que atingiu a escola primária de Okawa tinha 8,6 metros de altura, metade da altura da elevação que ficava por trás do edifício. Se os alunos e professores tivessem chegado ao topo a tempo, talvez tivessem sobrevivido.

Ogawa (pseudónimo), testemunha de 21 anos, depois de assinalar em conversa com os jornalistas que “a escola Okawa estava tão perto da montanha”, considerou lamentável que “os professores e as crianças não tenham conseguido chegar ao pico a tempo. Se tivesse sido construída uma via de emergência de acesso ao pequeno monte, talvez se tivesse evitado a tragédia”.

Lições duras que se devem aproveitar. Por isso, em março de 2016, Hiroshi Kameyama, presidente da câmara de Ishinomaki, salientou que a escola deve ser preservada como marco do desastre “para que as gerações futuras aprendam sobre os perigos de sismos e tsunamis, se mantenham sempre alerta e sejam educadas sobre os protocolos de prevenção de catástrofes”. Agora, as ruínas da escola marcam a dor na memória da comunidade local.

Uma jornalista de 29 anos, que anteriormente participou como voluntária nos trabalhos de limpeza das ruínas, comentou: “Espero que a escola seja visitada por pessoas de todo o mundo, especialmente aqueles que não estão familiarizados com terramotos e tsunamis. Ninguém pode garantir que nunca irá viver um desastre semelhante, por isso é importante estarmos bem preparados”.

Já para Ogawa, “embora as ruínas possam trazer de volta algumas memórias dolorosas para as famílias das vítimas, para os professores que querem aprender a proteger a vida dos alunos é um local que pode ensinar o que os livros não mencionam”.

A terra-natal de Ogawa, Niigata, sendo também uma cidade costeira, poderá um dia sofrer um desastre semelhante. A ambição é tornar-se funcionário público e contribuir para a prevenção de desastres na cidade.

Em frente à escola podemos agora encontrar o Salão Memorial do Terramoto de Okawa. Funcionários no local referem ainda que no futuro está prevista a construção de um parque temático sobre prevenção de calamidades na zona circundante às ruínas.

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