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Testes em massa no enclave timorense de Oecusse para rastreio de contatos

Lusa

O presidente da autoridade da Região Administrativa Especial de Oecusse-Ambeno (RAEOA) disse hoje à Lusa que já foram feitos mais de uma centena de testes à covid-19 na administração regional, no âmbito de rastreio de contactos.

Arsénio Bano explicou que os testes, a que ele próprio também já foi sujeito, surgem da necessidade de realizar rastreio a pessoas que estiveram em possível contacto com um caso positivo detetado em Díli, no Ministério das Finanças.

“Houve duas pessoas de Oecusse que estiveram duas semanas em Díli, em formação no Ministério das Finanças e regressaram na segunda-feira. E ainda quatro técnicos do mesmo Ministério que estiveram aqui para apoio à administração”, referiu.

“Por isso foi decidido fazer um amplo rastreio de contactos e iniciámos ontem [terça-feira] testes a muitas pessoas, incluindo eu próprio, na administração e noutros locais”, explicou, notando que os resultados ainda não são conhecidos.

Bano explicou que os resultados devem começar a ser conhecidos entre hoje e quinta-feira e que, caso necessário, será ampliado o processo de rastreio a outras pessoas.

O responsável da autoridade disse que, para já, a região tem combustível e bens essenciais necessários, mas que estão a ser pensados já pedidos de abastecimento de Díli dentro de “duas semanas”.

A cerca sanitária em vigor em Díli só permite o transporte de mercadorias e mesmo essas – que no caso de Oecusse têm que ser feitas por navio – só com autorização do Centro Integrado de Gestão de Crise (CIGC), em Díli.

“Para já temos bens suficientes, mas dentro de duas ou três semanas teremos problemas sem fornecimento”, explicou.

Já o serviço de ligação aérea entre Díli e Oecusse está suspenso desde segunda-feira – quando foi feita a última viagem entre as duas cidades – e pelo menos até ao fim da semana de cerca sanitária declarada, período que pode ser alargado pelo Governo.

Essa situação está a causar dificuldades a passageiros que precisam de viajar para Díli, inclusive para poder depois apanhar ligações internacionais para sair de Timor-Leste.

Sansão Gomes, proprietário do ferry Success – o único que está a fazer ligações marítimas para Oecusse e para a ilha de Ataúro – explicou que para já há um impedimento total no transporte de passageiros, sendo que não há ainda data para o transporte de carga.

“O Ministério dos Transportes através da Direção Nacional de Transportes e da administração do porto de Díli [APORTIL] não autoriza o barco a levar passageiros durante pelo menos uma semana. Podemos só levar carga, como necessidades básicas e combustível”, disse.

“Mas até agora não temos pedidos de transporte de carga nem para Oecusse nem para Ataúro”, referiu.

As duas regiões estão totalmente dependentes do transporte marítimo de carga de Díli e, por isso, são particularmente vulneráveis a restrições que existam no transporte de pessoas e bens.

Timor-Leste tem atualmente 48 casos ativos da covid-19, com 21 a serem confirmados nos últimos dias em vários focos em Díli, indiciando possível transmissão comunitária.

O município de Díli está sob cerca sanitária e em confinamento obrigatório pelo menos até 15 de março, período que pode ser alargado por mais uma semana segundo a resolução do Governo.

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