Início Opinião A participação dos media de Macau no “milagre chinês”

A participação dos media de Macau no “milagre chinês”

David ChanDavid Chan*

Na tarde do passado dia 25 de fevereiro, teve lugar no Grande Salão do Povo, em Pequim, a Cerimónia Nacional de Alívio da Pobreza. Durante o evento, o líder chinês Xi Jinping declarou oficialmente a vitória do país sobre a pobreza, com cerca de 98,99 milhões de pessoas a terem sido retiradas da pobreza segundo os padrões nacionais atuais, abrangendo 832 concelhos e cerca de 128 mil aldeias.

Sendo esta uma tarefa árdua, ficará para a história como um milagre nacional. Xi Jinping afirmou que este feito não só traz glória para o país, como também para o partido e para toda a população chinesa.

De facto, em termos de alívio da pobreza, o atual presidente, como líder do partido, Governo e força militar nacional, ao longo dos últimos oito anos liderou sete seminários sobre o tema, conduziu mais de 50 estudos sobre métodos de alívio da pobreza e visitou 14 áreas empobrecidas, procurando compreender e ver as circunstâncias com os próprios olhos e ajudar na erradicação deste problema.

Este sucesso no alívio da pobreza que se estende a todo o país é a forma ideal de celebrar os 100 anos da fundação do Partido Comunista Chinês, e deixa-nos extremamente orgulhosos poder dizer que conseguimos atingir um dos principais objetivos para esta data. Porém, todos os que trabalham na área do jornalismo em Macau devem também estar felizes e honrados por presenciarem um milagre como este, visto que a imprensa da cidade há muito está envolvida nesta causa.

Já durante os anos 80, o diretor do Jornal Tai Chung Pou, Choi Hak Meng, juntou-se à Associação Geral Internacional de Jovens Empresários de Macau, liderada por José Chiu e Fernando Chiu e, juntamente com o Jornal Ming Pao de Hong Kong iniciaram alguns trabalhos de alívio de pobreza nas duas cidades. No mesmo ano, teve início no continente o “Projeto Esperança”, que acabou por ser criticado devido à má organização e levou a que ambos os jornais parassem de o publicitar.

No entanto, mais tarde, já nos anos 90, o Clube de Jornalistas de Macau continuou a prestar ajuda nesse sentido, com várias atividades de auxílio económico e escolar em regiões de Shaanxi, de acordo com a estratégia de desenvolvimento da zona noroeste chinesa. O programa, iniciado pelo Clube de Jornalistas acabou por conseguir a adesão de cidadãos de variadíssimas áreas em Macau, apoiando diretamente crianças carenciadas da província, ajudando-as a ter acesso a educação básica e até educação secundária e ensino superior.

Ao longo dos últimos anos a situação de pobreza em Shaanxi tem melhorado largamente, o que levou a que estes esforços de auxílio económico e escolar tenham diminuído.

Ainda assim, a declaração da erradicação da pobreza no continente deixa-nos orgulhosos e felizes, pois sabemos que contribuímos para este feito.

*Editor Senior do Plataforma

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