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A vaga de fundo

António BilreroAntónio Bilrero*

Aquilo a que se poderá chamar a “segunda vaga” de vacinação arrancou esta semana com os primeiros residentes a receberem a vacina produzida pelo laboratório alemão BioNtech e que conta com a colaboração da chinesa Fosun.

Começou esta quarta-feira, 3 de março.

Esta fase acontece sensivelmente um mês depois de o chefe do Executivo, Ho Iat Seng, ter recebido sob o olhar da imprensa a primeira da vacina chinesa Sinopharm, a 9 de fevereiro, dando o exemplo à população acerca da importância da vacinação como medida preventiva para controlar a Covid-19.

Passado praticamente um mês sobre o exemplo que ”veio de cima”, entusiasmo e empenho não serão os substantivos que melhor espelham a participação da população local face à vacinação.

O Governo voltou a apelar esta semana à população para aderir ao plano de vacinação. Desde 9 de fevereiro e até ao início desta semana só foram voluntariamente vacinadas cerca de 15 mil pessoas. E 34 mil agendaram a vacinação. Convenhamos que é pouco, muito pouco. Os serviços de saúde reafirmaram que não vão obrigar ninguém a ser vacinado. Mas lá vão acrescentando que gostariam de ver mais residentes vacinados.

O primeiro lote de 100 mil vacinas da Sinopharm chegou a Macau a 6 de fevereiro. De lá até agora, a região já recebeu pouco mais de 600 mil doses de vacinas. Meio milhão da Sinopharm e 100 mil da BioNtech (desde o último fim-de-semana). Até ao final deste mês espera-se que cheguem as restantes cerca de 300 mil da BioNtech e, em junho, as 400 mil da britânica AstraZeneca.

Ao todo, Macau deverá receber até meados do ano cerca de 1,3 milhões de doses, número suficiente para vacinar, por duas vezes, as cerca de 680 mil pessoas que vivem na cidade.

Do lado das autoridades, o plano de vacinação estará a ser cumprido, já da parte da população, a recetividade a tomar a vacina está longe do desejado.

Voltando ao dia em que Ho Iat Seng foi vacinado, este não fez mais do que seguir à risca o apelo deixado em meados de novembro na Assembleia Legislativa, no debate das Linhas de Ação Governativa para 2021.

 “Se todos tomarem a vacina podemos ver a nossa saída, ou seja, vai haver recuperação económica”, disse então, sustentando que isso só será possível se todos aceitarem participar voluntariamente na vacinação.

*Editor Executivo do Plataforma

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